Economia

Eduardo Campos diz que dinheiro do pré-sal vai compor questão fiscal e não para saúde e educação

Presidenciável lamenta que o leilão não tenha tido a disputa esperada para que houvesse incremento no preço mínimo

TERESINA - O eventual candidato do PSB à Presidência da República e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, disse, em Teresina, que o dinheiro da venda da área de Libra vai compor a questão fiscal (superávit fiscal) e não será, necessariamente, destinado para saúde e educação, como foi determinado pelo Congresso Nacional. Eduardo Campos, afirmou, na capital do Piauí, onde vai receber, às 11h de terça-feira, o título de cidadão piauiense concedido pela Assembleia Legislativa do Piauí, que lamenta que um leilão, como o da venda de uma área gigante no pré-sal e de uma riqueza tão expressiva, não tenha tido a disputa que todos esperavam que gerasse para que houvesse um incremento além do preço mínimo.

O leilão da área de Libra vai dar um reforço de R$ 15 bilhões ao caixa do Tesouro Nacional para o fechamento das contas de 2013. O valor corresponde ao bônus de assinatura que deverá ser pago pelo consórcio vencedor do leilão em 30 dias e representará uma receita equivalente a 0,31% do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país). Com o recurso, eleva-se assim o superávit fiscal primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública) para 2,1% do PIB, mais próximo do esforço prometido pela equipe econômica (2,3% do PIB). Até agosto, o primário acumulado em 12 meses estava em apenas 1,82% do PIB.

Segundo Campos, em relação aos recursos que serão pagos, fica a impressão que o dinheiro do petróleo "que deveria ser usado para melhorar a sociedade brasileira como um todo, pode ser mal utilizado e terminaria não deixando um legado para as futuras gerações".

- A impressão que a gente fica é que ele (royalties) não irá para educação e saúde, funções decididas pelo Congresso Nacional. A gente percebe que o dinheiro vai terminar compondo a questão fiscal dura que o país atravessa. Isso nos preocupa. - disse Campos.

O prefeito de Teresina, Firmino Filho (PSDB), recebeu Eduardo Campos no Aeroporto Petrônio Portella, alegando ser amigo do governador de Pernambuco desde que estudou economia em Recife (PE). Os tucanos querem fazer aliança com o PSB para que o governador do Piauí, Wilson Martins, do partido, apóie a candidatura do ex-prefeito de Teresina, Sílvio Mendes (PSDB) ao governo do estado.

- Espero que o plano de exploração da reserva de Libra seja apresentado, inclusive o plano de negócio para que a gente possa saber quando é que vai ser feita essa exploração e em que condições será feita a questão ambiental porque não é singelo explorar petróleo a mais de 5 mil metros. A gente precisa ter segurança que a tecnologia a ser utilizada vai cuidar para dar segurança a todo esse processo - afirmou Eduardo Campos.

O presidenciável disse que os protestos contra o leilão para a venda de Libra devem ser vistos em uma democracia como algo natural, mas atos de vandalismo não podem ser aceitossão atos pois vão contra a liberdade de expressão.

- Nós lutamos pela democracia para que a livre expressão possa ser exercida - falou o governador de Pernambuco.

Eduardo Campos afirmou ainda que a filiação da ex-senadora Marina Silva teve uma grande repercussão em todo o país, criando uma "grande corrente positiva de gente se reunindo e se agrupando para fortalecer o projeto e a discussão sobre o futuro do Brasil".

Campos vai conceder entrevistas a emissoras de TV de Teresina, caminhar nas ruas do hotel onde está hospedado até a Assembleia Legislativa e visitar o Parque Potycabana, uma área de lazer, acompanhado do governador Wilson Martins (PSB).