Casas e apartamentos
Decoração de casa de praia rústica mistura cores claras com madeira
Em nome da qualidade de vida, a designer de interiores Maristela Gorayeb trocou São Paulo por Trancoso, na Bahia, e vive em uma casa com decoração incomum para a localidade
2 min de leituraHá alguns anos, a designer de interiores Maristela Gorayeb cumpriu um desejo antigo: viver perto do mar e bem longe de São Paulo. No sul da Bahia, a rústica Trancoso, de belas praias, agora é seu lugar no mundo. “Nunca fui apaixonada pela maluquice paulistana”, comenta. Ela alugou uma casa de 160 m² na rua Principal e abriu uma pequena loja, a Divino’s, na famosa praça do Quadrado. Ali, comercializa sobretudo peças com desenho próprio e de produção artesanal. “Não dá para ficar sem fazer nada”, justifica.
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Maristela compartilha os momentos de dolce far niente com seu novo amor, o francês Thierry Moriceau – seja junto à natureza, seja na construção com acabamentos rústicos em que ele praticamente vive com a namorada.
A porta principal parte de uma varanda com cerâmicas artesanais no piso e cobertura de eucalipto. Esses elementos ainda sustentam os tetos, forrados de cedro, nos interiores com chão de cimento queimado cor de creme e paredes brancas.
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Quem adentra o território, logo vê a alvenaria que oculta a escada e delimita o hall. Diante dela, há um par de poltronas dos anos 1960, entremeado por mesa indiana, e uma coleção de vidros. “São peças que eu tinha em meu apê ou em minha casa em Camburi, no litoral norte paulista, que fiz questão de manter”, diz a moradora. Devidamente adaptado aos novos espaços e por vezes reciclado para eles, tal mobiliário junta-se a elementos trazidos de viagens ou feitos à mão por artesãos locais, como os pendentes de piaçava.
Na sala de jantar, à esquerda da entrada, cadeiras medalhão feitas de jacarandá e imbuia contrastam com mesas de linhas retas. Na de estar, há estofados entalhados e folheados com prata que evocam o estilo Luís 15, além de um escritório, ao fundo, integrado. No espaço, troncos de braúna descartados pela natureza estruturam, de maneira esperta, uma estante. Por toda a parte prevalece a claridade, mantida ainda nos dois quartos, no pavimento superior. Neles, providenciais mosquiteiros de algodão pairam sobre as camas.
Para Maristela Gorayeb, Trancoso, embora pequena, tem a “sofisticação” de contar com um fluxo de gente interessante. “Não me sinto isolada aqui”, diz ela, que desembarca em São Paulo, vez ou outra, para cuidar de eventuais projetos. Mas, como tudo muda, será que daqui a algum tempo essa mulher de 53 anos pode deixar o despojamento baiano para trás e retornar à agitação da megalópole? A resposta é enfática: “Não!”