Paisagismo
Jardim em Trancoso tem jeito de bosque com espécies organizadas
Em Trancoso, uma das praias mais badaladas do Brasil, a empresária Karin Farah encontrou seu novo mundo, cheio de árvores nativas, flores, pássaros e saguis
2 min de leituraNão é qualquer um que faz o que a empresária Karin Farah, 42 anos, fez. Depois de trabalhar por 20 anos com eventos em São Paulo, ela e o marido decidiram tirar um ano sabático para encontrar no Brasil um novo lugar onde morar. Depois de circularem por algumas cidades no Sul e Nordeste, conheceram Trancoso e, plim!, descobriram que aquele era o local que procuravam. “Foi mágico. Tudo fluiu ao nosso favor e em seis meses nos mudamos”, lembra.
Com uma lista de cinco terrenos em mãos, Karin escolheu seu novo lar na primeira visita, quando um jardim repleto de árvores nativas e dendezeiros sorriu para ela. “Eu brinco que nós compramos as árvores, não a casa”, diz. A princípio, eram quatro casas nos 6 mil m². Hoje são oito, incluindo aquela onde o casal mora. A ideia era acomodar os quatro filhos, mas hoje o espaço também virou negócio e funciona como uma pousada de luxo, a Casas da Vila.
A mudança ocorreu há cinco anos, mas, talvez pela calmaria do lugar, parece que eles moraram a vida toda ali. “Eu era paulista”, diz Karin ao se apresentar, como se fosse possível mudar de identidade. Ela, que nasceu e cresceu em São Paulo, diz que se adaptou muito bem à vida simples.
Nos últimos quatro anos, se dedicou ao jardim e à decoração das oito casas, que têm acabamento simples, como as dos pescadores da vizinhança, mas charme e bom gosto de quem sempre foi apaixonada por cenografia – e por flores. “Flor e amor não podem faltar nunca na vida”, repete, como um mantra.
Para começar, Karin fez uma grande reforma no jardim para organizar as espécies e criar um novo fluxo no espaço. “Reagrupamos as bananeiras, que estavam todas espalhadas, por tamanho e volume. E fui criando ilhas para cada espécie, como os hibiscos e helicônias. Plantei muitas arecas enfileiradas, dando a sensação de bosque em algumas áreas.”
As árvores maiores, como os mais de dez dendezeiros, não foram mudadas. “Algumas têm mais de 50 anos, são enormes e lindas.” Outra espécie-xodó da moradora são as eugênias. “Em São Paulo chamam de jambo, mas as daqui são diferentes: quando as flores caem, cobrem o chão de cor de rosa.”
Karin passa os dias redescobrindo sensações. “Juntei a minha história, minhas louças e móveis e, hoje, o cheiro da minha vida é diferente. Amo tudo aqui, as flores, pássaros, até as formiguinhas.”