• Texto Renata Gallo | Repórter de imagem Tiago Cappi | Fotos Marcos Antonio
  • Texto Renata Gallo | Repórter de imagem Tiago Cappi | Fotos Marcos Antonio
Atualizado em
paisagismo-empresaria-Karin-Farah-jardim-trancoso-bahia-primavera-pergola-pinus-tumbergias-azuis (Foto: Marcos Antonio/Editora Globo)

Sombra | A primavera cobre uma das quatro pérgolas de pínus reciclado que se espalham pelo amplo jardim. Em volta da estrutura e como cerca viva, a moradora usou tumbérgias-azuis, que rapidamente se transformam em paredão verde (Foto: Marcos Antonio/Editora Globo)

Não é qualquer um que faz o que a empresária Karin Farah, 42 anos, fez. Depois de trabalhar por 20 anos com eventos em São Paulo, ela e o marido decidiram tirar um ano sabático para encontrar no Brasil um novo lugar onde morar. Depois de circularem por algumas cidades no Sul e Nordeste, conheceram Trancoso e, plim!, descobriram que aquele era o local que procuravam. “Foi mágico. Tudo fluiu ao nosso favor e em seis meses nos mudamos”, lembra.

Com uma lista de cinco terrenos em mãos, Karin escolheu seu novo lar na primeira visita, quando um jardim repleto de árvores nativas e dendezeiros sorriu para ela. “Eu brinco que nós compramos as árvores, não a casa”, diz. A princípio, eram quatro casas nos 6 mil m². Hoje são oito, incluindo aquela onde o casal mora. A ideia era acomodar os quatro filhos, mas hoje o espaço também virou negócio e funciona como uma pousada de luxo, a Casas da Vila.

A mudança ocorreu há cinco anos, mas, talvez pela calmaria do lugar, parece que eles moraram a vida toda ali. “Eu era paulista”, diz Karin ao se apresentar, como se fosse possível mudar de identidade. Ela, que nasceu e cresceu em São Paulo, diz que se adaptou muito bem à vida simples.

Nos últimos quatro anos, se dedicou ao jardim e à decoração das oito casas, que têm acabamento simples, como as dos pescadores da vizinhança, mas charme e bom gosto de quem sempre foi apaixonada por cenografia – e por flores. “Flor e amor não podem faltar nunca na vida”, repete, como um mantra.

Para começar, Karin fez uma grande reforma no jardim para organizar as espécies e criar um novo fluxo no espaço. “Reagrupamos as bananeiras, que estavam todas espalhadas, por tamanho e volume. E fui criando ilhas para cada espécie, como os hibiscos e helicônias. Plantei muitas arecas enfileiradas, dando a sensação de bosque em algumas áreas.”

As árvores maiores, como os mais de dez dendezeiros, não foram mudadas. “Algumas têm mais de 50 anos, são enormes e lindas.” Outra espécie-xodó da moradora são as eugênias. “Em São Paulo chamam de jambo, mas as daqui são diferentes: quando as flores caem, cobrem o chão de cor de rosa.”

Karin passa os dias redescobrindo sensações. “Juntei a minha história, minhas louças e móveis e, hoje, o cheiro da minha vida é diferente. Amo tudo aqui, as flores, pássaros, até as formiguinhas.”

paisagismo-empresaria-Karin-Farah-jardim-agaves-grama-amendoim-vaso-amendoeira (Foto: Marcos Antonio/Editora Globo)

Reforma | A primeira mudança feita na área foi o reagrupamento de espécies. Em meio a árvores nativas, Karin criou ilhas com agaves rodeadas por grama-amendoim. O vaso comprado na aldeia pataxó de Santa Cruz de Cabrália fica sob a sombra da amendoeira (Foto: Marcos Antonio/Editora Globo)

paisagismo-empresaria-Karin-Farah-ducha-externa-tora-madeira-de-demolicao-chuveirao-deque-deck-piscina-dendezeiro (Foto: Marcos Antonio/Editora Globo)

Ducha externa | A tora rústica de madeira de demolição serve de apoio ao chuveirão. A peça fica próximo ao deck e ao lounge da piscina. Ao lado, um dos dez dendezeiros que já havia no terreno (Foto: Marcos Antonio/Editora Globo)

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Banco | Um tronco de cumaru foi transformado em assento por um artesão local. Ao redor dele, vasos de orquídeas. As placas de cimento foram feitas pela própria moradora e seu caseiro (Foto: Marcos Antonio/Editora Globo)

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Acervo | Camélias contornam – e perfumam – uma das casas da vila. Entre elas, tocheiros de latão antigos, uma das muitas peças herdadas do trabalho de duas décadas com eventos (Foto: Marcos Antonio/Editora Globo)

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Iluminação | Holofotes de luz âmbar, embutidos no chão, destacam as árvores nativas espalhadas pelo terreno. “O jardim atrai muito beija-flor. Recentemente, surgiu um bando de saguis”, diz Karin (Foto: Marcos Antonio/Editora Globo)

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Divisórias | Toras de eucalipto tratado dão privacidade às casas e trazem vasos com tostão. “Demorei a encontrar a espécie e, quando perguntei o preço, o vendedor me disse: ‘Pode levar, isso aí é praga!’”, acrescenta (Foto: Marcos Antonio/Editora Globo)

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Bar da piscina | Erguido com pínus reaproveitado de obra, o espaço deve ser tomado pela trepadeira lágrima-de-cristo. Na alta temporada, os cestos acomodam toalhas e cocos (Foto: Marcos Antonio/Editora Globo)

paisagismo-empresaria-Karin-Farah-lavatorio-pia-mesa-mineira-cuba-cimento-queimado-orquideas-palmeira-cica-ananas (Foto: Marcos Antonio/Editora Globo)

Lavatório | Debaixo da caixa d’água de 15 m, a moradora improvisou uma pia. Montada sobre uma antiga mesa mineira adaptada, a cuba de cimento queimado ganhou a companhia de algumas espécies de orquídea. Palmeira cica e vasos com ananás (Foto: Marcos Antonio/Editora Globo)

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Lounge | A estrutura, à beira da piscina, foi feita como as construções locais, com madeira e forro de piaçava. O espaço acompanha o nível do deck da piscina e fica suspenso. No passeio, além de placas de cimento, foram usados dormentes (Foto: Marcos Antonio/Editora Globo)

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Detalhe | As pedras, antes espalhadas pelo terreno, foram agrupadas em canteiros pela moradora, que também utilizou em seu projeto muitas mudas de agave e areca (Foto: Marcos Antonio/Editora Globo)