17/10/2013 08h39 - Atualizado em 17/10/2013 09h09

Política de juros deve se manter 'vigilante' quanto à inflação, diz BC

Avaliação foi mantida na ata da reunião do Copom, divulgada hoje.
Expectativa do mercado é de que juros continuem subindo em novembro.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, responsável por fixar os juros básicos da economia brasileira, reiterou nesta quinta-feira (17), por meio da ata de sua última reunião, quando os juros avançaram para 9,5% ao ano, que a política monetária (de definição da taxa Selic) deve se manter "vigilante" quanto aos níveis elevados de inflação.

A política monetária deve se manter "especialmente vigilante, de modo a minimizar riscos de que níveis elevados de inflação, como o observado nos últimos 12 meses, persistam no horizonte relevante". Essa avaliação já constava em documentos anteriores do BC.

Pelo sistema de metas que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o IPCA. Ao subir os juros, o BC atua para controlar a inflação e, ao baixá-los, julga, teoricamente, que a inflação está compatível com a meta. Para 2013 e 2014, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.

O Banco Central também informou na ata do Copom, divulgada hoje, que a decisão de subir os juros na semana passada, para 9,5% ao ano, "contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano". Na ata, assim como no discurso das autoridades, o BC não se compromete, portanto, com a busca da meta central de 4,5% neste ano e no próximo. Diz apenas que busca uma queda da inflação neste ano, frente ao patamar de 2012 (5,84%) e novo recuo no ano que vem.

Em 12 meses até setembro, o IPCA, utilizado no sistema de metas de inflação, somou 5,86%. Para este ano, a previsão do mercado financeiro é de que a inflação some 5,81% e, para 2014, 5,95%. Até o momento, a expectativa da maior parte dos analistas mercado financeiro é de que os juros básicos da economia tenham nova elevação no Copom do fim de novembro, o último deste ano, para 9,75% ao ano. Entretanto, alguns economistas já falam que, para se atingir uma queda da inflação em 2014, será necessário o BC subir mais os juros, com a taxa atingindo 10% ao ano ainda em 2013.

"O Copom ressalta que a evidência internacional, no que é ratificada pela experiência brasileira, indica que taxas de inflação elevadas geram distorções que levam a aumentos dos riscos e deprimem os investimentos. Essas distorções se manifestam, por exemplo, no encurtamento dos horizontes de planejamento das famílias, empresas e governos, bem como na deterioração da confiança de empresários", diz a nota.

 

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