Economia

Metodologia para reajuste dos combustíveis não está definida, diz Mantega

CVM obrigou a Petrobras a fazer fato relevante explicando metodologia sobre reajustes de preços

BRASÍLIA – A cúpula do governo foi surpreendida pelo anúncio de uma nova fórmula para reajuste dos combustíveis, feito pela Petrobras na segunda-feira. Na avaliação do governo, a decisão precisa ser tomada em comum acordo entre a presidente Dilma Rousseff, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, mas ainda não há consenso sobre o tema.

Contudo, a Petrobras teria o costume de fazer anúncios positivos, como nova descobertas, coincidindo com períodos mais obscuros para suas ações. O anúncio sobre o reajuste teria evitado queda acentuada das ações devido à divulgação do balanço e até levou os papéis a dispararem 9% no dia seguinte.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quarta-feira que a metodologia para o aumento nos preços dos combustíveis “não está definida”.

- Não há nada definido. Houve conhecimento por parte do mercado que estávamos trabalhando em uma metodologia, mas não é de agora, mas de alguns meses. - afirma Mantega. - A CVM obrigou a Petrobras a fazer um fato relevante porque isso mexe com o mercado. Estamos desenvolvendo esta metodologia há alguns meses. É uma coisa séria e importante e não pode ser definida no afogadilho. - reitera.

Atendendo à exigência da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Petrobras divulgou nesta quarta-feira fato relevante para esclarecer a nova metodologia de cálculo de preços dos combustíveis aprovada pela diretoria e apresentada ao Conselho de Administração da empresa na semana passada.

Mantega participa nesta manhã da solenidade em comemoração aos dez anos do Programa Bolsa Família. Ao chegar, o ministro não respondeu aos questionamentos dos jornalistas. Ele não deixou explícita em sua afirmação, mas também ficou subentendido que ainda não há nenhuma informação efetivamente definida quanto ao reajuste dos combustíveis.

Na última sexta-feira, a Petrobras anunciou a aprovação da metodologia pela diretoria. No entanto, não divulgou detalhes do mecanismo. A defasagem entre os preços de combustíveis no mercado internacional e os praticados no mercado interno tem pesado no caixa da Petrobras.