Economia

PMDB e PT fecham a favor de manter a multa de 10% do FGTS

Governo quer direcionar multa ao Minha Casa, Minha Vida. Parlamentares votam vetos de Dilma hoje

BRASÍLIA — Os deputados e senadores já votaram, em sua maioria, na sessão do Congresso nesta terça-feira que analisa vetos presidenciais, como aquele feito à proposta que acabaria com a multa de 10% do FGTS, em caso de demissões sem justa causa. O governo aposta na manutenção do veto. Apesar de resistências, o líder do PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), disse que o veto seria mantido. O PMDB do Senado também fechou questão em favor do veto. Para derrubar um veto, são necessários pelo menos 257 votos na Câmara e 41 no Senado.

Muitas vezes criticado pelo Palácio do Planalto, Cunha passou horas reunido com a bancada do PMDB, convencendo os deputados a mudarem de posição e manterem a multa.

— Trabalhei, convenci a bancada. É uma situação política, temos que pensar na sangria das contas do governo — disse Eduardo Cunha, se referindo ao rombo de R$ 3,6 bilhões que o fim da multa causaria.

Na mesma linha, o líder do PT, José Guimarães (CE), prometeu apoio, mas foi vaiado pela claque ligada aos empresários.

— Não vou aceitar este comportamento dos empresários que estão aqui — disse Guimarães.

Na oposição, o DEM já fechou questão para derrubar a multa do FGTS.

O líder do PT no Senado, Wellington Dias (PI), disse mais cedo com a apresentação do projeto que direciona a multa exclusivamente ao programa Minha Casa, Minha Vida, o veto será mantido.

— Há o compromisso dos líderes de manterem o veto — disse Wellington Dias.

O governo enviou ao Congresso uma mensagem que direciona a multa para o programa habitacional. O encaminhamento está no “Diário Oficial da União” desta terça-feira. Na justificativa do projeto, o governo diz que "o fim da contribuição colocaria em risco a própria existência do Minha Casa, Minha Vida, ameaçando uma das principais conquistas sociais dos últimos anos no país". Em 2013, a multa renderá R$ 3 bilhões ao programa. Mas, na prática, o dinheiro do FGTS está sendo usado pelo Tesouro para bancar o superávit primário.

"O projeto de lei alinha-se com as proposições que têm sido apresentadas no Congresso e garante que todo recurso arrecadado seja destinado ao trabalhador _ seja como beneficiário do Minha Casa, Minha Vida, seja pelo recebimento direto de valores por ocasião da aposentadoria", diz a justificativa, assinada pelos ministros Guido Mantega (Fazenda), Miriam Belchior (Planejamento) e Aguinaldo Ribeiro (Cidades), encaminhada pela ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil).