08/10/2013 12h49 - Atualizado em 08/10/2013 13h06

Inadimplência tem pequena queda em setembro, informam lojistas

Indicador de inadimplência da CNDL e do SPC Brasil recuou 0,34%.
Já o volume de vendas do comércio se recuperou e teve alta de 1,83%.

Do G1, em Brasília

Inadimplência menor é resultado de mais cautela do consumidor, diz CNDL

A inadimplência do consumidor brasileiro apresentou uma pequena queda, de 0,34%, em setembro, na comparação com o mesmo mês do ano passado, informou nesta terça-feira (8) a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em conjunto com o SPC Brasil. Em agosto, o indicador havia subido 0,72%. Nos nove primeiros meses deste ano, a inadimplência avançou 4,09%.

Na avaliação da economista do SPC Brasil, Ana Paula Bastos, a retração de 0,34% em setembro reflete maior cautela e disciplina do consumidor em relação aos compromissos adquiridos no passado.

"Os juros no Brasil estão ficando mais caros em função dos recentes aumentos da taxa Selic. Além disso, a inflação persiste em ficar acima do centro da meta estipulada pelo governo, diminuindo o poder de compra do consumidor. Tudo isso faz com que o brasileiro dê mais valor ao dinheiro e tenha mais disciplina ao pagar as prestações que assumiu", declarou ela.

A projeção dos economistas das entidades é de que a inadimplência comece a recuar com a proximidade das festas de final de ano, período em que tradicionalmente há uma maior recuperação de crédito por conta da entrada do décimo terceiro salário na economia brasileira.

Vendas do comércio varejista
Após retração em agosto, as vendas do comércio varejista a prazo se recuperaram em setembro, quando registraram alta de 1,83% sobre o mesmo mês do ano passado - informaram a CNDL e o SPC Brasil.

Este é o melhor resultado desde maio deste ano, quando o nível de atividade no comércio apresentou alta de 2,24%. No acumulado de janeiro a setembro deste ano, as vendas a prazo do comércio varejista avançaram 4,42%.

Para o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, o aumento no número de consultas na base de comparação mensal foi influenciado, principalmente, pelo incremento nas vendas por conta das liquidações dos segmentos de vestuário e calçados, em função da mudança de estação.

Segundo ele, o recuo do dólar em setembro - depois das fortes altas registradas entre junho e agosto - somado à recuperação dos níveis de confiança do consumidor, também ajudou na retomada do "bom movimento" nas lojas brasileiras.

"Além disso, os índices recordes de empregabilidade e os impactos positivos causados pelo programa Minha Casa Melhor, que já distribuiu mais de R$ 1 bilhão em financiamentos de móveis e eletrodomésticos, também contribuíram com esse desempenho", avaliou ele.

Cuidados para evitar a inadimplência
A CNDL e o SPC Brasil divulgaram uma série de recomendações para que os consumidores não fiquem inadimplentes em suas compras. Segundo as entidades, as pessoas devem privilegiar pagamentos à vista; devem fazer planejamento financeiro com uma planilha mensal de gastos, além de preferir um número menor de prestações nas compras a prazo.

Os clientes também devem somar os juros e calcular o preço final dos produtos comprados a prazo (para ter uma ideia do valor pago em juros); não devem se ater ao valor da prestação e sim ao preço final da mercadoria, e manter uma “reserva financeira” por segurança. Outra recomendação é que os consumidores não comprometam toda sua renda com compras.

Metodologia
A CNDL lembra que sua base de dados incorpora os grandes e pequenos varejistas, mas não inclui as operações com cartões de crédito e considera as operações com atraso superior a 30 dias. As transações com cartões de crédito absorvem cerca de 20% do volume total de operações, segundo estimativas da entidade. Os dados da CNDL envolvem, porém, a consulta em mais de 150 milhões de cadastros de pessoa física (CPF) de consumidores em 800 mil pontos de vendas credenciados.

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