Rio

Eduardo Paes tomba escola municipal Friedenreich e antigo Museu do Índio

Antes das manifestações populares, vereadores tentaram tombar o prédio da instituição de ensino por lei
Assim como o Parque Aquático Júlio de Lamare, a Aldeia Maracanã e o estádio de atletismo Célio de Barros, a Escola municipal Friedenreich não será mais demolida - Foto: Agência O Globo / Mônica Imbuzeiro
Assim como o Parque Aquático Júlio de Lamare, a Aldeia Maracanã e o estádio de atletismo Célio de Barros, a Escola municipal Friedenreich não será mais demolida - Foto: Agência O Globo / Mônica Imbuzeiro

RIO - O prefeito Eduardo Paes publicou decreto nesta segunda-feira tombando de forma provisória a Escola Municipal Friedenreich, localizada no Complexo Esportivo do Maracanã. Em junho, antes das manifestações populares, vereadores tentaram tombar o prédio por lei, mas não conseguiram porque a bancada governista se retirou do plenário. Na semana passada, o governador Sérgio Cabral já anunciara que desistira de remanejar a escola para outro terreno no Maracanã para permitir obras de adaptação do ginásio Maracanazinho para os Jogos Olímpicos de 2016. Com o decreto, qualquer alteração física deve ser aprovada pelo Conselho Municipal de Proteção ao Ambiente Cultural.

Em outro decreto, o prédio do antigo Museu do Índio, que atualmente abriga a Aldeia Maracanã, também foi tombado em caráter definitivo. A partir de agora, a colocação de qualquer material para proteger ou iluminar o imóvel e inclusive toldos que prejudiquem a visibilidade da construção devem ter aprovação prévia dos órgãos de proteção. A medida de proteção, no entanto, não consagra o uso da área para difundir a cultura indígena.

Em outro decreto, o prefeito tombou provisoriamente o imóvel do Grajaú Tênis Clube.

A escola estava ameaçada de demolição até o início do mês, quando o Governador Sergio Cabral desistiu de demolir o prédio. No local da unidade de ensino seriam erguidas quadras de aquecimento para as seleções de vôlei. O edital de concessão do Complexo do Maracanã previa a demolição da escola, que ficou entre as dez melhores instituições públicas do estado no ranking do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2011, referente aos anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º). O colégio, cujo nome é uma homenagem um dos maiores jogadores brasileiros de todos os tempos, seria reconstruído num terreno de outra instituição municipal de ensino, a 1,3 quilômetro do estádio.

O prédio do Museu do Índio também escapou o mesmo destino. Inicialmente, o governo do estado planejava derrubar o antigo museu, sob a alegação de que o imóvel atrapalhava o projeto de modernização do entorno do Maracanã. Com a reação dos indígenas e da população, o governador Sérgio Cabral recuou e propôs restaurar o imóvel e ali instalar um museu do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

No início deste mês de agosto, o governo do estado deu início ao processo de criação do Centro Estadual de Estudos e Difusão da Cultura Indígena, que poderá lá. O imóvel esteve no centro uma polêmica meses antes do início da Copa das Confederações, quando cerca de 50 índios que ali viviam se recusaram a deixar o local.