20/06/2013 12h11 - Atualizado em 20/06/2013 12h12

Desemprego é estável, mas emprego cresce em ritmo lento, diz IBGE

Pesquisa mostra tendência de alta na população desocupada.
Desempenho da indústria em São Paulo é o dado positivo da pesquisa.

Lilian QuainoDo G1, no Rio

Evolução do desemprego (Foto: Editoria de Arte/G1)

Apesar de a taxa de desemprego no país ter se mantido em 5,8% em maio, mesmo percentual registrado em abril e em maio de 2012, a geração de empregos vem se dando em ritmo menor que o registrado em anos anteriores, disse o coordenador da Coordenação de Trabalho e Renda do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao analisar o resultado da Pesquisa Mensal de Emprego nesta quinta-feira (20).

Segundo Cimar, o nível de ocupação no país nos primeiros cinco meses de 2013 foi de 53,9%, 0,2 ponto percentual a mais do que o registrado no mesmo período de 2012, quando foi de 53,7%. Este, por sua vez, teve variação maior (0,4 ponto percentual) sobre o período analisado em 2011, quando o nível de ocupação foi de 53,3%.

“Esse dado não é positivo. Quando a população ocupada em idade ativa reduz, significa menos força de trabalho no mercado. A geração de empregos está em ritmo mais lento”, disse.

A taxa de desocupação também mostra ritmo menor de queda: nos primeiros cinco meses de 2013, 5,7%; mesmo período em 2012, 5,8%; e em 2011, 6,4%.

“Há uma tendência de alta na população desocupada, a força do mercado deu uma desaceleração na contratação e no aumento de postos de trabalho”, disse.

Cimar Azeredo, coordenador do IBGE (Foto: Lilian Quaino/G1)Cimar Azeredo, coordenador do IBGE
(Foto: Lilian Quaino/G1)

De acordo com o coordenador do IBGE, no Rio de Janeiro há 300 mil pessoas procurando emprego, e parte expressiva deles é de jovens. Já em São Paulo, são 649 mil em busca de postos de trabalho.

O número de trabalhadores com carteira assinada continua crescendo, mas também em ritmo menor, ressalta Cimar: acréscimo de apenas 1,8% em maio de 2013 em relação a maio de 2012, quando avançou 3,9%; maio de 2011 teve acréscimo de 6,7%; e maio de 2010, de 7,4%.

A falta de fôlego no mercado também influenciou o rendimento médio real do trabalhador: a média de R$ 1.863,60 em maio de 2013 foi 1,4% maior em relação a maio de 2012, mas  menor (-0,3%) em relação a abril, segundo o coordenador do IBGE, a primeira queda significativa no rendimento no ano.

Segundo Cimar, analisando os cinco primeiros meses do ano, de 2012 para 2013, o aumento no rendimento real foi de 1,7%, enquanto de 2011 para 2012, foi bem maior, 4,8%.

“O poder de compra sobe, mas em ritmo lento, entre outros fatores, por causa da inflação”, disse.

O dado positivo da Pesquisa Mensal de Emprego, segundo o coordenador, é o desempenho da indústria em São Paulo, crescimento de 3,6% no número de trabalhadores em maio, comparado com abril, com mais 65 mil pessoas empregadas. Foi o maior percentual desde julho de 2010, quando foi de 4,1%.  Comparando com maio de 2012, o incremento foi de 2,2%, 41 mil novos postos de trabalho ocupados.

“A indústria em São Paulo abre uma janela de expectativa. O comportamento da indústria nessa época do ano é o que era de se esperar. Foi a primeira alta depois de duas quedas consecutivas”, disse.

Segundo explicou, a Região Metropolitana de São Paulo tem um efeito farol: sinaliza o que deverá acontecer nas demais regiões pesquisas pelo IBGE: Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre e Salvador.

 

 

 

 

 

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