Algumas pessoas que se infiltraram no protesto de Cubatão, SP, entraram em confronto com a Força Tática da Polícia Militar nesta quinta-feira (20), na avenida Nove de Abril. A confusão começou pouco antes das 21h, e algumas pessoas tentaram invadir os comércios no Centro da cidade. Em Santos também foram registrados confrontos com criminosos que tentavam se infiltrar na manifestação.
Em Cubatão, a polícia usou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os vândalos que tentaram invadir algumas lojas no Centro. A Força Tática disparou ainda tiros de borrachas para coibir a ação de alguns vândalos que tentaram arrombar a porta de um estabelecimento comercial. Um jornalista foi atingido na perna durante a confusão. "A PM participou da organização do movimento no sentido de orientar as pessoas a respeito da conduta que deveriam ter, e as consequências. Durante as reuniões deu para perceber eles queriam fazer uma manifestação para defender várias bandeiras que são de interesse da população", explica o tenente da Polícia Militar Daniel de Oliveira Maiche.
de Santos (Foto: Leandro Campos/G1)
O dono da loja que foi atacada pelos vândalos lamentou o ocorrido. "Já havia rumores de que isso iria acontecer. Nós ficamos a 60 metros da loja, e mesmo com a polícia por perto eles tentaram invadir. Eles não são manifesantes, eles são vândalos, baderneiros. A Polícia reprimiu mesmo, tem que ser assim", diz o comerciante Marcos Benasse.
O grupo de manifestantes de Santos foi impedido de ficar parado na entrada da cidade depois que a polícia entrou em confronto com criminosos que tentaram assaltar um posto de combustíveis durante a passeata. Por volta das 21h, o grupo seguia em direção ao ponto inicial do protesto, a rodoviária da cidade.
O Movimento Passe Livre, que originou as manifestações, luta pelo transporte público de qualidade e acessível a todos. Os objetivos dos protestos são conseguir a diminuição das tarifas municipal e intermunicipal, o passe-livre para estudantes, professores e desempregados, integração com o transporte intermunicipal, balsas, barcas, transportes alternativos (vans) e bicicletas (bike santos), não obrigatoriedade do uso do cartão transporte para pagamento da passagem em Santos, volta dos cobradores e melhorias na qualidade do transporte público.
Protestos na região
Os protestos na Baixada Santista começaram no dia 13 de junho. Em Santos, os manifestantes fecharam as ruas do centro contra o aumento das tarifas de ônibus. Os túneis ficaram fechados para a passagem dos jovens. No dia seguinte, os manifestantes deitaram no chão durante o protesto na Praça da Independência. No sábado (15), terceiro dia de protestos no município, as pesssoas se reuniram na avenida praia em Santos e seguiram em passeata em direção à divisa com São Vicente.
Na segunda-feira (17), ainda em Santos, os manifestantes saíram da Avenida Conselheiro Nébias e chegaram até a balsa. A avenida da praia ficou fechada nos dois sentidos e a polícia estima que, pelo menos, mil pessoas participaram do movimento. Um grupo que saiu de Guarujá se uniu aos manifestantes de Santos na travessia, bloqueando o serviço.
manifestantes (Foto: Leandro Campos/G1)
Já na terça-feira (18), os manifestantes se reuniram na porta do sindicato dos Bancários para discutir sobre o movimento em Santos. Houve outros protestos em São Vicente e Cubatão na terça-feira, onde prédios públicos foram depredados, lojas saqueadas e ônibus queimados.
Na quarta-feira (19), os protestos se concentraram em Guarujá, onde cerca de 50 pessoas partiram da Praça Horácio Lafer e caminharam até a Praça dos Emancipadores, no bairro Pitangueiras. Em São Vicente, houve uma onda de violência, vandalismo e saqueamento de estabelecimentos comerciais que se alastrou pela Área Continental da cidade e alguns bairros da região central. Esses atos não têm ligação com as reivindicações originadas pelo movimento Passe Livre.