20/06/2013 15h47 - Atualizado em 20/06/2013 16h47

Milhares de manifestantes ocupam a Avenida Nazaré em Belém

Grupo protesta por melhores serviços públicos e transporte de qualidade.
Cerca de sete mil manifestantes participaram da concentração.

Ingrid Bico e Gil SóterDo G1 PA

Manifestantes no CAN (Foto: Ingrid Bico / G1)Concentração da manifestação foi no CAN, no centro de Belém (Foto: Ingrid Bico / G1)

Cerca de 7 mil pessoas ocupam a Avenida Nazaré na tarde desta quinta-feira (20), em Belém. A informação é dos organizadores da manifestação, já que a Polícia Militar ainda não divulgou uma estimativa oficial. Os manifestantes se concentram na Praça Santuário para realizar o segundo ato que pede melhorias nos serviços públicos e protesta contra a PEC 37 em Belém. Na última segunda-feira (16), mais de 13 mil pessoas participaram de uma manifestação pacífica pelas ruas da cidade.

Diego manifestação can belém (Foto: Ingrid Bico/G1)Diego Bandeira é contra a PEC 37.
(Foto: Ingrid Bico/G1)

A passeata sai do ponto de concentração e seguirá pela Avenida Nazaré, desce a Presidente Vargas e o Boulevard Castilhos França até chegar ao prédio da Prefeitura Municipal de Belém. De acordo com a organização do ato, entre as pautas de reivindicação, estão a melhoria da saúde pública e da segurança, o transporte público gratuito e o repúdio à PEC 37, medida que pretende retirar do Ministério Público a atribuição de realizar investigações criminais, que ficariam a cargo somente da polícia. "A gente acaba abraçando todas as causas. Acredito que não podemos nos conformar com a situação do Brasil. Temos que vir para rua e exigir nossos direitos", diz Diego Bandeira, estudante de medicina.

Entre os manifestantes estão pessoas que participam pela primeira vez de passeatas. “Não pude ir ao primeiro ato. Mas acompanhei em tempo real pela internet, pelo Facebook e Twitter. Entendo que a manifestação é uma das ferramentas, se não a maior, de reinvindicação. Na história do Brasil, a maioria das reivindicações só foram aceitas e compreendidas através de manifestações”, diz Janaína Andrade, produtora de eventos.

Para Janaína, a melhoria no atendimento público de saúde é a causa mais urgente em ser colocada em pauta pela manifestação. “Senti na pele o que é caos na saúde pública ano passado, quando recorri ao pronto socorro da 14 de março para fazer uma cirurgia simples para a retirada de um apêndice. Se não fossem os ‘conhecidos’ da minha tia lá dentro do hospital, de fato teria chegado ao óbito. Demora no atendimento, falta de médicos, de leito, de remédio, de soro”, critica Janaína, que destaca ainda a importância da mobilização civil para as gerações futuras. “Estou aqui para unir, para dar as mãos, para fortalecer o grito das reinvindicações. Quero que a minha filha de 7 anos tenha mais dignidade, mais respeito no futuro”.

bandeira gay em protesto de Belém (Foto: Ingrid Bico / G1)Manifestantes empunham bandeira da diversidade
sexual na frente da Basílica de Nazaré,
em Belém (Foto: Ingrid Bico / G1)

Outras causas ganharam representatividade entre os manifestantes. Em frente à Basílica de Nazaré, grupos empunharam bandeiras da diversidade sexual. "Nunca pensei que veria Belém mobilizada desta forma. Isso tomou força pela questão nacional, por problemas diversos. Na primeira, todo mundo participou com protestos diversos, e é essa a ideia. Belém tem costumes e problemas típicos de província. Isso já é uma grande evolução", declara Dalton Cordeiro, cientista ambiental.

Segundo a Polícia Militar, 800 agentes, entre Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal e Autarquia de Mobilidade Urbana de Belém (Amub) devem acompanhar a manifestação para garantir segurança e mobilidade.

 

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