24/06/2013 17h35 - Atualizado em 24/06/2013 21h46

Manifestantes de Uberlândia voltam às ruas pelos R$ 0,25 da tarifa

Organização do movimento protocolou carta na Prefeitura da cidade.
Milhares de pessoas se reuniram em frente ao Centro Administrativo.

Fernanda Resende, Vanessa PiresDo G1 Triângulo Mineiro

Mais um protesto levou milhares de pessoas às ruas de Uberlândia na tarde desta segunda-feira (24). De acordo com uma das integrantes da comissão de comunicação do evento, Raissa Dantas, os manifestantes querem a redução imediata dos R$ 0,25 da tarifa do transporte coletivo e, se isso não for atendido, não haverá nenhum tipo de negociação. Os manifestantes também pedem o aumento no número de linhas e ônibus e a melhoria dos serviços prestados e mais nove pautas municipais.

Dentre os pedidos estão a revogação do aumento dos vereadores, concursos públicos para profissionais da saúde e educação e aumento dos salários dos professores municipais. As reivindicações foram definidas em reunião neste domingo (23), quando foi feita uma carta para os poderes Legislativo e Executivo. Atualmente o valor da passagem de ônibus na cidade é de R$ 2,85.

Caminhada pacífica foi menor do que no primeiro protesto (Foto: Fernanda Resende/G1)Caminhada pacífica foi menor do que no primeiro protesto (Foto: Fernanda Resende/G1)

Dispostos a mudar essa realidade, os manifestantes se reuniram às 17h na Praça Tubal Vilela e com cartazes, apitos e caras-pintadas eles protestaram, principalmente, contra o preço da passagem de ônibus. A passeata pacífica seguiu pelas avenidas Afonso Pena e João Naves de Ávila, que foram interditadas. O comércio também fechou as portas durante a manifestação.

O grupo finalizou o ato em frente à Prefeitura Municipal onde fizeram uma assembleia pública. Na ocasião, os manifestantes ressaltaram que não vão aceitar se reunir com o Executivo sem que antes a tarifa volte para o valor antigo de R$ 2,60. Os organizadores do evento fizeram a leitura da carta que foi entregue à Prefeitura e à Câmara Municipal com todas as solicitações. Cartazes com protestos foram deixados na porta da Prefeitura.

De acordo com o chefe da Comunicação da 9ª Região da PM de Uberlândia, capitão Miller França Michalick, o número de presentes na manifestação girou em torno de 3 mil. O capitão ainda informou que não houve nenhuma ocorrência de destaque durante o ato. 

Grupos se reúnem na Praça Clarimundo Carneiro para manifestação (Foto: Fernanda Resende/G1)Grupos se reuniram na Praça Tubal Vilela para manifestação (Foto: Fernanda Resende/G1)

A aposentada Marize das Graças participou do protesto pela segunda vez, e com um cartaz ela fez os pedidos. “As áreas de saúde, educação, segurança e emprego estão esquecidas. Acho que o Brasil precisava desta manifestação”, disse.

Já a serviços gerais Edvânia Aparecida de Souza pediu ‘basta contra a violência’. Ela disse que perdeu a filha e um irmão vítimas da violência doméstica e cobrou dos governantes que as cidades tenham portal de voz ou ouvidoria para ouví-los.

Entre fotos e cartazes, desta vez os manifestantes também percorrem as ruas da cidade com a ajuda de um carro de som, onde falaram os pedidos por onde passavam e também criaram músicas para demonstrar a insatisfação com o valor da passagem de ônibus. Uma delas, dizia: "Vem pra rua, vem com disposição, R$ 2,85 é roubo, abaixa o preço do buzão". Outro pedido que também foi musicalizado foi a saída de Marcos Feliciano do Congresso.

Aposentada participa da manifestação pela segunda vez (Foto: Fernanda Resende/G1)Aposentada participa da manifestação pela
segunda vez (Foto: Fernanda Resende/G1)

A manifestação mostrou, ainda, a preocupação com temas de níveis estaduais e nacionais. O grupo apoiou mais investimento na saúde, redução do ICMS da tarifa de energia, revogação do estatuto do nascituro e destituição do deputado federal Marcos Feliciano da Comissão dos Direitos Humanos. Os manifestantes também mostram serem contra a PEC 33 e 37 e a “Cura Gay”.

Organização do movimento
A manifestação novamente foi organizada pelo Facebook e, na página do grupo, mais de 17 mil pessoas confirmaram presença. Contudo, a polícia ainda não informou a quantidade de pessoas presentes no ato.

As ruas por onde a passeata passou ficaram interditadas. Mais de 30 agentes da Secretaria de Trânsito e Transportes (Settran) e 100 policiais militares deram apoio. A Secretaria de Comunicação da Prefeitura informou que desta vez não houve alteração e nem cancelamentos de aulas devido ao ato.

Manifestantes pintaram o rosto e usaram cartazes para protestar (Foto: Fernanda Resende/G1)Manifestantes pintaram o rosto e usaram cartazes para protestar (Foto: Fernanda Resende/G1)

De acordo com o capitão Julio Cesar Cerizze Cerazo de Oliveira, do 32º BPM, a polícia em Uberlândia esteve à favor da manifestação pacífica, que é um exercício de democracia. O capitão acrescentou que os policiais defenderam as garantias, direitos e liberdades de expressão de todos os cidadãos, com respeito e dignidade.

Ainda nesta semana, os manifestantes pretendem se reunir novamente para mais um protesto.

Temas discutidos em reunião
Os temas da manifestação foram colocados em pauta por um grupo de cerca de 150 pessoas neste domingo (23), que representam o movimento. Eles se reuniram e montaram uma carta para os poderes Legislativo e Executivo. O documento foi protocolado nesta tarde na Prefeitura de Uberlândia. Na lista de reivindicações consta a instalação de uma Comissão Parlamentar de Investigação (CPI) do transporte público da cidade.

tópicos:
veja também