24/06/2013 18h11 - Atualizado em 24/06/2013 18h26

Tesouro pode fazer novos leilões extras de títulos

Análise é do coordenador-geral de operações da dívida, Fernando Garrido.
Juro pago subiu de 8,9% para 11,5% ao ano após início de volatilidade.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília

O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro Federal, Fernando Garrido, informou nesta segunda-feira (24) que, embora não esteja previsto, a instituição pode retornar ao mercado de títulos públicos por meio de leilões extraordinários de compra e venda "a qualquer momento caso julgue necessário".

Desde a semana passada, quando aumentou a volatilidade no mercado de juros, por conta da sinalização do Federal Reserve (o BC norte-americano) de reduzir gradativamente a política de estímulos à economia, que vem sendo implementada por meio da redução da injeção de recursos nos mercados, o Tesouro Nacional já realizou estes leilões em três dias, sendo o último nesta segunda-feira (24).

Garrido, do Tesouro Nacional, confirmou que a instituição pagou 11,5% ao ano na sexta-feira passada na venda de títulos públicos ao mercado financeiro, o que representa uma forte alta frente ao patamar registrado antes do recrudescimento da volatilidade (8,9% ao ano registrados em 2 de maio) para as LTN (prefixados) com vencimento em 2017 - o papel mais líquido.

"Os leilões de compra e venda têm por objetivo fornecer parâmetro de preço para o mercado. Nesse sentido, o Tesouro também procura vender títulos para mostrar ao mercado que existem pontas de compra e de venda. Servem também para mostrar que existe uma eventual porta de saída", explicou Garrido, do Tesouro Nacional.

Segundo ele, a instituição vendeu R$ 5 bilhões em títulos públicos nestes três leilões extraordinários realizados desde a semana passada, sendo a maioria (R$ 3 bilhões) em papéis de curto prazo. Ao mesmo tempo, recomprou R$ 2,7 bilhões que estavam no mercado. Em algumas operações, recebeu 12% ao ano.

Colchão de liquidez
Interpelado porque a instituição não utilizou o chamado "colchão de liquidez", ou seja, se absteve de fazer operações no mercado para não sancionar a elevação da taxa de juros pedida pelos compradores, Garrido afirmou que, neste caso, não haveria parâmetros para o mercado financeiro. "O Tesouro se dispõe a utilizar os recursos que tem em caixa para recomprar títulos e reduzir a volatilidade no mercado", explicou. 

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