25/06/2013 16h40 - Atualizado em 25/06/2013 23h52

Manifestantes querem tarifa de ônibus a R$ 1,92 em Aracaju

Redução da tarifa proposta pela prefeitura foi aprovada nesta terça-feira.
Tarifa foi reduzida de R$ 2,45 para 2,35, mas não agradou.

Fredson Navarro e Joelma GonçalvesDo G1 SE

Praça Fausto Cardoso volta a ser palco de manifestações (Foto: Flávio Antunes/G1)Praça Fausto Cardoso volta a ser palco de manifestações (Foto: Flávio Antunes/G1)

Os manifestantes voltaram às ruas de Aracaju nesta terça-feira (25) para protestar contra a tarifa e qualidade do transporte público da capital, primeira reivindicação do movimento que foi iniciado há duas semanas em São Paulo e ganhou às ruas de todo o país. O primeiro ato em Aracaju ocorreu na quinta-feira (20) e reuniu cerca de 20 mil pessoas.

Antes da manifestação, o prefeito de Aracaju João Alves Filho, reduziu a tarifa de ônibus de R$ 2,45 para R$ 2,35. Ele argumentou que a redução foi possível pelo fato de no fim de maio, o Governo Federal desonerar as empresas de ônibus do pagamento de PIS e cofins. O valor da nova tarifa foi aprovado no início da tarde desta terça-feira por 17 votos a favor contra 5 na Câmara dos Vereadores de Aracaju.

Demétrio Varjão, representante do Movimento Não Pago em Aracaju  (Foto: Flávio Antunes/G1)Demétrio Varjão, representante do Movimento Não
Pago em Aracaju (Foto: Flávio Antunes/G1)

Mas o novo valor não agradou e os manifestantes pedem a revogação da lei. “Por mais que esse fato pareça uma vitória das pressões populares, na realidade não passa de uma falsa redução. A tarifa não foi reduzida, na verdade foi reajustada de R$ 2,25 para R$ 2,35. Com a exclusão dos impostos no cálculo da tarifa, a prefeitura sanou apenas uma das graves irregularidades contidas na planilha de custos da SMTT. Vale lembrar que mesmo com um valor de R$ 2,35, o cálculo tarifário continua incluindo custos inexistentes, sem os quais o valor tarifário real seria R$ 1,92. Lutamos também pelo passe livre dos estudantes e desempregados ”, explica o economista e integrante do Movimento Não Pago, Demétrio Varjão.

Mesmo com o anúncio da redução do preço das passagens do transporte público, os protestos foram mantidos e estão foram realizados em dezenas de municípios e devem continuar nos próximos dias.

Além de pedir mais qualidade no transporte público e redução da tarifa, milhares de sergipanos confeccionaram cartazes e estão reivindicando os custos da Copa do Mundo, problemas no serviço público, corrupção, educação, cidadania e rejeição à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o poder de investigação do Ministério Público e atribui às polícias a exclusividade das apurações criminais.

Os motivos se ampliaram a qualidade no transporte público, fim do favorecimento aos donos das empresas de ônibus, passe livre, melhoria na saúde e educação, fim da violência policial, da corrupção e eficácia nos gastos nas obras da Copa do Mundo.

A concentração foi realizada na Praça Fausto Cardoso, nas imediações da Assembleia Legislativa de Sergipe. Por volta das 16h, as ruas do Centro da capital já aglomeravam dezenas de pessoas, desde crianças até idosos. Em seguida saíram em passeata pela Avenida Beira Mar, Avenida Ivo do Prado, Avenida Barão de Maruim e foram até a Praça da Bandeira.

Bandeira gigante chama mais gente para participar de manifestação (Foto: Flávio Antunes/G1)Bandeira gigante chama mais gente para participar de manifestação (Foto: Flávio Antunes/G1)

Os comerciários de Sergipe decidiram aderir ao protesto e de acordo com o presidente da Federação dos Comerciários, Ronildo Almeida, eles decidiram fechar as lojas no início da tarde e seguiram para às ruas com os colaboradores. “Estamos participando e ajudando a fortalecer essa manifestação que é um ato de cidadania. Os protestos já começaram a mudar o Brasil. Quando o povo se une em torno de um projeto coletivo, o resultado é positivo”, avalia Ronildo Almeida.

Pacto e Plebiscito
Após dezenas de manifestações nas principais cidades do Brasil, a presidente Dilma Rousseff convocou todos os governadores dos estados e os 26 prefeitos das capitais para participar de uma reunião no Palácio do Planalto, em Brasília, na segunda-feira (24), e propôs o a adoção de cinco pactos nacionais (por responsabilidade fiscal, reforma política, saúde, transporte, e educação). O governador em exercício de Sergipe, Jackson Barreto, sugeriu a criação do vale-transporte social como parte da solução dos problemas de mobilidade urbana no país. O prefeito de Aracaju João Alves Filho também participou da reunião.

A presidente também apresentou a proposta de convocação de um plebiscito para que o eleitorado decida sobre a convocação de um processo constituinte específico destinado a fazer a reforma política.

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