Economia

BNDES ‘grande demais’ atrapalha, diz presidente do BTG Pactual

André Esteves não quis detalhar, porém, qual seria o tamanho ideal do banco de fomento

RIO - O presidente do banco de investimentos BTG Pactual, André Esteves, alertou nesta terça-feira para o peso que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem na economia brasileira. Esteves, que participou de um evento no Rio, comentava o papel das instituições no financiamento de empreendedores na América Latina.

- Os bancos de desenvolvimentos são muito importantes na região, talvez importantes demais. O BNDES, por exemplo, é uma organização fantástica, mas talvez grande demais - disse Esteves, que participou nesta terça-feira da sessão de encerramento da Clinton Global Initiative (CGI) América Latin, evento realizado no Copacabana Palace.

Após a apresentação, indagado por jornalistas, o banqueiro voltou a alertar sobre os riscos de um BNDES grande demais, o que poderia "atrapalhar". Sem citar diretamente, ele se referia a concorrência que o banco de desenvolvimento cria como o mercado de capitais.

- O BNDES, o que falei, era o tema: o BNDES é uma fantástica organização, relativamente enxuta, muito qualificada. Agora, acho que não podemos abusar de algo que é tão útil para a economia brasileira, que é o BNDES. Se ele ficar grande demais ele começa a não contribuir tanto. Ele tem um tamanho ótimo e não pode deixar ele passar do tamanho ótimo. Ele de um certo tamanho é muito útil. Ele grande demais atrapalha. Ele pequeno demais seria pouco útil. É isso que temos que focar - disse Esteves.

Perguntado sobre qual seria o tamanho ótimo, considerando que o banco vai desembolsar R$ 190 bilhões neste ano, Esteves apenas sorriu. Durante o painel de encerramento do CGI, o banqueiro disse que as instiuições financeiras 20 anos atrás não conseguiam financiar as grandes empresas brasileiras. Mas que o mercado evoluiu e que a questão atual seria o financiamento para pequenas empresas.

- Estamos no movimento certo, mas precisamos refinar mais o financiamento - disse Esteves, acrescentando, depois, que "desenvolver o mercado de capitais dá democracia ao capital".