Douglas, mesmo sendo artilheiro do Vasco na última temporada no Vasco, conviveu no fim do ano com críticas e até vaias do torcedor vascaíno. O antigo camisa 10 não era - e nunca foi - um velocista. O novo reforço Julio dos Santos, que assinou contrato com com o clube de dois anos, chega com a credencial de ter sido artilheiro da última Libertadores, mas foi sincero de cara em pelo menos dois pontos: ele não é goleador e, assim como Douglas, também não é um jogador de velocidade.
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Não vou mentir. Não sou rápido. Meu jogo é de
passes, de bola parada, de técnica, essas coisas que me levaram para a seleção e para a Europa. Não vou mentir para o torcedor e dizer que sou rápido e de raça, meu jogo é quase só técnica - disse o meia de 31 anos.
A sinceridade de Julio dos Santos parece ser um traço marcante da personalidade do novo reforço do clube. Ele lembrou as outras passagens pelo futebol brasileiro e se defendeu quando foi questionado que não teve o mesmo sucesso apresentado recentemente pelo Cerro Porteño. Para ele, agora a situação é bem diferente. Julio defendeu o Grêmio em 2008 e trocou o time gaúcho pelo Atlético-PR, onde ficou até 2009.
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Quando vim para o Grêmio estava machucado, e ficou difícil para mostrar
meu futebol. No
Atlético foi melhor, mas não me recuperei completamente da lesão -
lembrou o jogador.
Já esperando a transferência para o Vasco - o jogador fez referências ao tamanho da torcida, à rivalidade com o Flamengo e à história do clube ("um dos maiores do Brasil") -, o paraguaio disse que deve estar pronto para a estreia no dia 21, em Manaus. Em bom português, que aperfeiçoou não só nas experiências no futebol brasileiro, mas também acompanhando novelas do país, ele contou que uma de suas filhas, Iara, nasceu em Curitiba.
Com passagens pelo Bayern de Munique - o jogador atuou também no Wolsfburg, na Alemanha, e no Almería, da Espanha - e carreira longa no Cerro Porteño, Julio disse que o desejo de retornar ao Brasil passa também pela vontade de mostrar que pode vencer no país.
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Quando saí tinha muita vontade de
voltar porque sei que não foi como queria e ter essa oportunidade de voltar
para o Brasil e logo para o Vasco, é lógico que não queria deixar passar essa oportunidade
Estou em idade boa para buscar o meu melhor futebol.
Confio muito no meu futebol, sou um
volante (meia, na linguagem do futebol sul-americano) que chega na área - afirmou o paraguaio, sobre as características do futebol.
Jogador que mais vezes atuou com a camisa 10 do Cerro - onde marcou 88 gols, segundo maior artilheiro da história do clube paraguaio -, ele disse que pode jogar tanto de meia mais avançado quanto mais recuado.
- Gosto de vir de trás com a bola porque fico
perto tanto da defesa quanto do ataque, tentando fazer a armação do jogo, que é meu forte. Mas se o treinador quiser
me colocar para frente estou à disposição - disse o jogador do Vasco, que batia faltas, pênaltis e quer repetir as atribuições em São Januário também. - Sei que o Vasco tem muita torcida e tem muita responsabilidade,
então quero trazê-la para mim.