Morreu na manhã deste sábado, 16/5, o ator Elias Gleizer, aos 81 anos, no Rio de Janeiro. Elias estava há 10 dias internado. Ao longo da hospitalização, ele desenvolveu um quadro de falência circulatória devido a uma broncopneumonia.
Foram mais de 50 novelas, especiais e minisséries na televisão brasileira, desde sua estreia em 1959. O porte físico, seu jeito de boa gente, a ternura nos gestos e o olhar doce lhe garantiram papéis simpáticos e bem-humorados na telinha da Globo.
Querido por muitos, o ator deixa muita saudade, inclusive em Carolina Pavanelli, que interpretou a doce Laleska, em Sonho Meu (1993). Em entrevista exclusiva ao Gshow, a atual professora de português revela emocionada: "Ele era uma pessoa ótima. Muito engraçado, brincalhão, divertido... Eu tinha 7 anos quando trabalhamos juntos, e ele era a pessoa mais divertida! Dei muitas risadas com ele... Não é à toa que personificava a imagem do vovô de todos. Perdemos mais do que um bom ator, mas uma pessoa maravilhosa... Espero que ele esteja em paz agora!".
Emocionada, Carolina escreveu ainda um texto todo dedicado ao amigo de infância em seu blog pessoal. Em um trecho, ela diz: "Um sorriso frouxo se faz em meus lábios quando me lembro daquela malinha minúscula que você levava para uma semana inteira de viagens em gravações e quando contava que, quando dava na telha, pegava um avião do Rio a São Paulo só pra comer uma pizza. Para mim, este era você: um cara de físico e coração gigantes que, ao mesmo tempo que não exigia muito dessa vida, sabia exatamente como tirar o melhor dela".
A lista de novelas das quais Elias participou é extensa. Ele atuou, por exemplo, em Terra Nostra (1999), como Padre italiano Olavo, Sinha Moça (2006), Caminho das Índias (2009), interpretando Seu Cardore, avô do personagem de Bruno Gagliasso, Passione (2010), Flor do Caribe (2013). Elias ainda fez participações em Malhação e no humorístico Zorra Total. Seu último trabalho na TV foi em Boogie Oogie (2014), onde viveu o padre que casaria Sandra, papél da atriz Isis Valverde.
Confira as declarações exclusivas de artistas que contracenaram com Elias Gleizer:
ISIS VALVERDE
"O que dizer de um sábio professor, que esteve presente nos meus primeiros passos! Aprendi muito, ri muito e chorei também, afinal, minha ultima participação na obra, também foi com ele. Anos depois, o reencontro! E foi ainda melhor, eu, mais experiente, mais mulher, mais segura, mas assim que se viu nos braços do jovem senhor, voltou a ser menina, a gargalhada rasgada tomou o set e mais um vez, tive o prazer de presenciar o profissionalismo, a generosidade em cena e o enorme carisma, que roubava todos os olhares curiosos, agradeço por ter participado UM ano e DOIS dias da sua longa jornada! Que Deus te cuide.Hoje, ele recebeu um presente".
LÍLIA CABRAL
"Sobre o Elias, eu não tenho nem o que dizer. Ele era um ator fantástico, um profissional maravilhoso e querido. Ter o Elias em um set de gravação era passar o dia inteiro de bom humor. Ele tinha um astral muito legal. Fizemos várias novelas juntos e algumas delas no mesmo núcleo. Ele foi o meu pai no filme Divã. Infelizmente ele se foi, é uma pena. Está indo muita gente embora, parece que eles vão se juntar no céu e vão interpretar juntos. É uma perda muito significativa para a televisão e para o teatro".
SUZANA PIRES
"Foi uma alegria contracenar com ele e vai ficar para mim! Ele deixou uma nobreza e a arte dele é muito nobre. É um ator que eu tive o prazer de contracenar e de escrever em Flor do Caribe!".
ALEXANDRE BORGES
"Uma perda muito grande e noticia muito triste. Um homem que viveu para o seu ofício. Sempre com muita alegria e pé no chão. Colega de trabalho muito legal e uma pessoa alegre. Ele fez o meu pai em Caminho das índias. Era uma convivência deliciosa e maravilhosa. Ele era um porto seguro, ajudava a gente nas dificuldades sempre!".
EVANDRO MESQUITA
"O que me impressionou no meu encontro com o mestre, em Fera Radical, foi o bom humor, a paciência e a simplicidade com que ele fazia as cenas. Essa coisa de receber todos os atores, independente se conhecia ou não. Um cara muito alto astral! Sei que ele estará bem, pois tinha o espírito elevado!".
PRISCILA FANTIN
"Tinha um carinho especial por Elias. Já esperamos (para gravar) muito juntos, ele dizia que nossa profissão tem mais espera do que ação. Muito, muito, muito carinho".
Momentos inesquecíveis
Em 2013, Patrick de Oliveira, colega de elenco de Elias em Despedida de Solteiro (1993), fez uma homenagem ao ator no Vídeo Show. Relembre!
Elias visitou o casal Fernandinho e Ofélia, no Zorra Total, em 2009. No quadro, o ator mostrou, mais uma vez, que o humor era um de seus fortes. Reveja!
Em Passione, Elias se chamava Diógenes, e contracenava com Cleyde Yáconis e Emiliano Queiroz. Na cena romântica, o personagem é surpreendido com pedido de casamento da amada. Assista!
No ano de 1999, Elias Gleizer atuou ao lado de Antônio Fagundes, em Terra Nostra. Na novela das 9, ele interpretou um dos dez padres de sua carreira.
Flor do Caribe foi um dos últimos trabalhos que o ator fez na telinha. Na trama de Walther Negrão, ele viveu Monolo. Reveja a cena em que Monolo e Samuel (Juca de Oliveira) comemoram a prisão de Klaus (Dionísio Albuquerque).
Confira nota oficial da Comunicação da Globo
O ator Elias Gleizer morreu na manhã de hoje, dia 16 de maio, no Rio de Janeiro, aos 81 anos. O ator estava internado, desde o dia 06 de maio, no hospital Copa Dor, na zona sul do Rio de Janeiro, e ao longo da hospitalização desenvolveu um quadro de falência circulatória devido a uma broncopneumonia. Ainda não há informações sobre o velório.
Elias nasceu em 4 de janeiro de 1934, em São Paulo, filho de imigrantes judeus poloneses, de pai sapateiro e mãe dona de casa. O ator participou de mais de 50 de novelas, especiais e minisséries na televisão brasileira.
Ele estreou na Globo em 1984, convidado pelo autor Walther Negrão para atuar em Livre para Voar. A lista de novelas das quais participou é extensa. Direito de Amar (1987), de Walther Negrão e Alcides Nogueira; Tieta (1989), de Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares; Explode Coração (1995), de Gloria Perez, primeira novela gravada inteiramente no Projac; Terra Nostra, de Benedito Ruy Barbosa (1999) são alguns exemplos. Outra novela marcante foi Caminho das Índias, de Gloria Perez, a primeira a vencer o Prêmio Emmy, em 2009. Na trama, Elias Gleizer viveu o Seu Cadore, que sofria com a falsa morte de um dos filhos e a esquizofrenia do neto querido.
O ator também participou da minissérie Chiquinha Gonzaga (1999), de Lauro César Muniz e Marcílio Moraes. Em 2010, emendou duas novelas: Tempos Modernos, de Bosco Brasil, e Passione, de Silvio de Abreu. Três anos mais tarde interpretou o cigano Manolo em Flor do Caribe (Walther Negrão). Além do trabalho em novelas e minisséries, Elias Gleizer também fez participações no seriado Malhação e no humorístico Zorra Total. O ator também atuou no cinema em Didi Quer Ser Criança, dirigido por Alexandre Boury e Fernando Boury, com Renato Aragão (2004).