São três vitórias seguidas, com 10 gols marcados e nenhum
sofrido. A vitória por 3 a 0 sobre o Friburguense, na tarde desta quarta-feira no Eduardo Guinle, em Nova Friburgo (confira os melhores momentos no vídeo acima), representou mais um passo na
reconstrução do Botafogo. Mas para René Simões, o placar não foi o mais
importante. Ao fim da partida, o técnico
alvinegro ressaltou que as estatísticas e os desempenhos individuais é que serão levados
em conta no momento de dar prosseguimento ao trabalho.
- São duas coisas diferentes. Os resultados garantem o
emprego meu e de qualquer treinador. Já os desempenhos do time balizam o meu
trabalho. Não vou balizar minha próxima conversa com os jogadores nos 3 a 0,
mas em cima dos indicadores que já recebi: poucos passes, predominância do adversário
no primeiro tempo, perdemos a segunda bola, o camisa 10 e o camisa 8 do
Friburguense tendo espaço para jogar... Resultado é para garantir emprego.
Enquanto estiver ganhando, estou empregado. Quando o time perde, eu corro
risco. Por ora estou empregado.
Em entrevista coletiva após a partida, René Simões não ficou
restrito a críticas. Embora tenha falado sobre o mau desempenho do time no
primeiro tempo, também elogiou o crescimento na segunda etapa e mostrou
satisfação com a evolução de Jobson. O treinador ainda mostrou prudência ao
comentar a atuação do jovem Fernandes pela primeira vez como titular e deixou
claro que o Flamengo, adversário da sétima rodada, ainda não está no pensamento. O Alvinegro volta a campo agora no sábado, quando recebe o Nova Iguaçu às 17h (de Brasília), no Estádio Nilton Santos – como o clube rebatizou o Engenhão.
Confira outros trechos da entrevista coletiva:
ADAPTAÇÃO
- Esse é o típico jogo em que sempre se deve fazer aquela
comparação. Os treinadores de vôlei e basquete são tidos sempre como mais
estudiosos, mas nesses esportes se joga sempre com mesmo piso, mesma
temperatura e mesmo tamanho da bola. No futebol há muitas variações. Hoje isso
nos complicou no primeiro tempo. Nossa zaga tomou três bolas nas costas que não
costuma tomar porque achou que a bola bateria na grama e correria para fora,
mas ela prendia no campo. Isso nos obrigou a sair direto com o Jefferson, porque
a bola ficava lenta. Eu não gosto disso, não é o jogo do Botafogo. Então
tivemos de fazer alguns ajustes no intervalo para ganharmos a segunda bola. É
interessante a vida de treinador.
PRIMEIRO TEMPO RUIM
- O primeiro tempo acabou preocupante. Não fomos os donos do
jogo. Pela primeira vez o adversário teve mais posse de bola, com 56%. Não
ganhamos a segunda bola nenhuma vez, esse não é o jogo do Botafogo. No segundo
tempo nos adaptamos melhor às condições ´da partida e vencemos um adversário
que não é fácil.
TOMAS E FERNANDES
- Temos um grupo. Pimpão e Diego Jardel estavam bem, mas se
machucaram. O Tomas apresentou hoje o que tem para apresentar. Fez uma bela
partida, mas tem mais para jogar. Quanto ao Fernandes, fica aquela lição. O
garoto é garoto. Entrar durante o jogo é uma coisa, começar é outra história. É
sempre mais difícil, porque durante a partida o adversário está mais
desarrumado. Embora não tenha feito uma partida ruim, não foi exuberante. É
preciso ter calma com ele e com os outros.
JOBSON
- É bom ver o Jobson assim, inclusive nos treinos. Ontem ele
foi o primeiro a chegar ao ônibus na nossa saída. Essas coisas eu vou anotando.
São bons indicadores, e tomara que ele entenda que poder ser protagonista. Na
nossa conversa, lembrei o que ele me falou no início da temporada. Ele lembrou
que eu disse a ele que não estava preparado para ser protagonista no Bahia. Ele
me disse que quando começou a fazer gols e passou a ser convidado para os
lugares porque estava bem, se desequilibrou. Aí hoje eu disse: "Viu a torcida?
Você está começando a virar aquilo que poderia ter sido na época de Bahia.
Agora a decisão é sua, parceiro. Você vai ser o que quiser".
ELENCO COM BOAS OPÇÕES
- O trabalho que eu e Antônio Lopes fizemos na montagem do
perfil da equipe está dando certo. Ainda temos o Luis Ricardo e o Pimentinha
para entrara, então vamos ter um grupo com muitas opções. Todo mundo duvidava
disso. Lembro que fui a um programa em que uma pessoa foi categórica, dizendo
que eu não começava o ano com mais de 12 jogadores. Nós conseguimos, e eu
agradeço ao Lopes por isso.
CONTAGEM REGRESSIVA PARA O FLAMENGO?
- Eu trabalho com o próximo jogo. Não trabalho pensando em
Flamengo, Vasco ou Fluminense. Minha preocupação agora chama-se Nova Iguaçu. Depois
o Flamengo é o adversário? Então vou pensar no Flamengo. Para nós vai ser a
preparação para um jogo como outro qualquer, pensando nos pontos fortes e
fracos. O clássico tem peso para a torcida e para vocês da imprensa, que fazem
isso para fomentar e encher os estádios. É legal, mas para nós não muda em
absolutamente nada.