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René foca atuações, mas admite valor de vitórias: "Por ora estou empregado"

Técnico alvinegro elogia evolução de Jobson e afirma que Botafogo precisou se adaptar às condições do campo para vencer o Friburguense em Nova Friburgo

Por Nova Friburgo, RJ

 

São três vitórias seguidas, com 10 gols marcados e nenhum sofrido. A vitória por 3 a 0 sobre o Friburguense, na tarde desta quarta-feira no Eduardo Guinle, em Nova Friburgo (confira os melhores momentos no vídeo acima), representou mais um passo na reconstrução do Botafogo. Mas para René Simões, o placar não foi o mais importante. Ao fim da partida, o técnico alvinegro ressaltou que as estatísticas e os desempenhos individuais é que serão levados em conta no momento de dar prosseguimento ao trabalho.

Não vou balizar minha próxima conversa com os jogadores nos 3 a 0, mas em cima dos indicadores: poucos passes, predominância do adversário no primeiro tempo, o camisa 10 e o 8 do Friburguense tendo espaço para jogar..."
René Simões, técnico do Botafogo

- São duas coisas diferentes. Os resultados garantem o emprego meu e de qualquer treinador. Já os desempenhos do time balizam o meu trabalho. Não vou balizar minha próxima conversa com os jogadores nos 3 a 0, mas em cima dos indicadores que já recebi: poucos passes, predominância do adversário no primeiro tempo, perdemos a segunda bola, o camisa 10 e o camisa 8 do Friburguense tendo espaço para jogar... Resultado é para garantir emprego. Enquanto estiver ganhando, estou empregado. Quando o time perde, eu corro risco. Por ora estou empregado.

René Simões, Friburguense X Botafogo (Foto: Vitor Silva / SSpress)René Simões comemora com os jogadores o último gol do Botafogo sobre o Friburguense (Foto: Vitor Silva / SSpress)

Em entrevista coletiva após a partida, René Simões não ficou restrito a críticas. Embora tenha falado sobre o mau desempenho do time no primeiro tempo, também elogiou o crescimento na segunda etapa e mostrou satisfação com a evolução de Jobson. O treinador ainda mostrou prudência ao comentar a atuação do jovem Fernandes pela primeira vez como titular e deixou claro que o Flamengo, adversário da sétima rodada, ainda não está no pensamento. O Alvinegro volta a campo agora no sábado, quando recebe o Nova Iguaçu às 17h (de Brasília), no Estádio Nilton Santos – como o clube rebatizou o Engenhão.

Confira outros trechos da entrevista coletiva:

ADAPTAÇÃO
- Esse é o típico jogo em que sempre se deve fazer aquela comparação. Os treinadores de vôlei e basquete são tidos sempre como mais estudiosos, mas nesses esportes se joga sempre com mesmo piso, mesma temperatura e mesmo tamanho da bola. No futebol há muitas variações. Hoje isso nos complicou no primeiro tempo. Nossa zaga tomou três bolas nas costas que não costuma tomar porque achou que a bola bateria na grama e correria para fora, mas ela prendia no campo. Isso nos obrigou a sair direto com o Jefferson, porque a bola ficava lenta. Eu não gosto disso, não é o jogo do Botafogo. Então tivemos de fazer alguns ajustes no intervalo para ganharmos a segunda bola. É interessante a vida de treinador.

PRIMEIRO TEMPO RUIM
- O primeiro tempo acabou preocupante. Não fomos os donos do jogo. Pela primeira vez o adversário teve mais posse de bola, com 56%. Não ganhamos a segunda bola nenhuma vez, esse não é o jogo do Botafogo. No segundo tempo nos adaptamos melhor às condições ´da partida e vencemos um adversário que não é fácil.

René Simões, Friburguense X Botafogo (Foto: Vitor Silva / SSpress)René Simões elogiou a atuação de Jobson, dono de um gol e uma assistência nesta quarta (Foto: Vitor Silva / SSpress)

TOMAS E FERNANDES
- Temos um grupo. Pimpão e Diego Jardel estavam bem, mas se machucaram. O Tomas apresentou hoje o que tem para apresentar. Fez uma bela partida, mas tem mais para jogar. Quanto ao Fernandes, fica aquela lição. O garoto é garoto. Entrar durante o jogo é uma coisa, começar é outra história. É sempre mais difícil, porque durante a partida o adversário está mais desarrumado. Embora não tenha feito uma partida ruim, não foi exuberante. É preciso ter calma com ele e com os outros.

JOBSON
- É bom ver o Jobson assim, inclusive nos treinos. Ontem ele foi o primeiro a chegar ao ônibus na nossa saída. Essas coisas eu vou anotando. São bons indicadores, e tomara que ele entenda que poder ser protagonista. Na nossa conversa, lembrei o que ele me falou no início da temporada. Ele lembrou que eu disse a ele que não estava preparado para ser protagonista no Bahia. Ele me disse que quando começou a fazer gols e passou a ser convidado para os lugares porque estava bem, se desequilibrou. Aí hoje eu disse: "Viu a torcida? Você está começando a virar aquilo que poderia ter sido na época de Bahia. Agora a decisão é sua, parceiro. Você vai ser o que quiser".

ELENCO COM BOAS OPÇÕES
- O trabalho que eu e Antônio Lopes fizemos na montagem do perfil da equipe está dando certo. Ainda temos o Luis Ricardo e o Pimentinha para entrara, então vamos ter um grupo com muitas opções. Todo mundo duvidava disso. Lembro que fui a um programa em que uma pessoa foi categórica, dizendo que eu não começava o ano com mais de 12 jogadores. Nós conseguimos, e eu agradeço ao Lopes por isso.

CONTAGEM REGRESSIVA PARA O FLAMENGO?
- Eu trabalho com o próximo jogo. Não trabalho pensando em Flamengo, Vasco ou Fluminense. Minha preocupação agora chama-se Nova Iguaçu. Depois o Flamengo é o adversário? Então vou pensar no Flamengo. Para nós vai ser a preparação para um jogo como outro qualquer, pensando nos pontos fortes e fracos. O clássico tem peso para a torcida e para vocês da imprensa, que fazem isso para fomentar e encher os estádios. É legal, mas para nós não muda em absolutamente nada.