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‘Cuba não quer retorno ao capitalismo’, afirma filha de Raúl Castro

Membro do Parlamento, e sobrinha de Fidel, Mariela Castro diz que população da ilha se manterá fiel aos princípios da Revolução Cubana
Mariela Castro (centro), durante manifestação em Havana, em maio de 2014. Filha do presidente cubano afirma que, apesar da reaproximação diplomática com os EUA, população da ilha não quer retorno ao capitalismo Foto: Franklin Reyes / AP
Mariela Castro (centro), durante manifestação em Havana, em maio de 2014. Filha do presidente cubano afirma que, apesar da reaproximação diplomática com os EUA, população da ilha não quer retorno ao capitalismo Foto: Franklin Reyes / AP

HAVANA — Cuba defenderá seus princípios socialistas e não voltará ao capitalismo só porque aceitou uma distensão com os Estados Unidos, afirmou nesta sexta-feira, Mariela Castro, filha do presidente Raúl Castro, dissipando qualquer noção de que empresas norte-americanas estariam livres para atuar em Cuba.

— O povo de Cuba não quer voltar para o capitalismo — afirmou Mariela, membro do parlamento cubano.

Na quarta-feira, Cuba e os Estados Unidos concordaram em acabar com mais de cinco décadas de animosidade e restabelecer relações diplomáticas plenas. O presidente americano, Barack Obama, também afirmou que pretende remover algumas sanções contra Cuba e trabalhar com o Congresso dos Estados Unidos para acabar com o embargo econômico.

Mas, mesmo se todas as barreiras dos EUA para Cuba forem levantadas, as empresas americanas ainda precisarão de permissão do governo de Cuba para fazer negócios na ilha caribenha.

— Estivemos nessa situação por 56 anos, e adoramos dizer que somos um país em revolução, tentando criar o socialismo, e fazendo parte de um único partido, o Partido Comunista — afirmou Mariela Castro.

Sob a lei do investimento estrangeiro de Cuba, as empresas estrangeiras são bem-vindas, mas precisam negociar acordos com empresas estatais de Cuba ou com o governo para fazer negócios. O governo quase sempre exige uma participação de controle dos investimentos, o que desencorajou algumas empresas estrangeiras.

As importações para Cuba são administrados por empresas estatais, o que significa que as empresas americanas não seriam capazes de simplesmente encontrar um comprador e enviar bens ao país.

— Às vezes as pessoas dizem que Fidel é cabeça-dura, que os líderes cubanos são cabeça-dura, mas a experiência nos ensinou algo importante: que nunca devemos desistir de nossos princípios — afirmou Mariela, em frente ao Parlamento.