(Foto: Divulgação/CBFS)
A Confederação Brasileira de Futsal (CBFS) anunciou nesta quinta-feira o afastamento temporário da vice-presidente de competições da entidade, Louise Anne Bedé. Aliada do atual presidente da CBFS, Marcos Antonio Madeira, Bedé foi contrária ao afastamento, mas por decisão do colegiado de presidentes e também das federações filiadas, ficará fora do exercício de suas atribuições enquanto o inquérito policial que apura denúncias de corrupção no futsal brasileiro estiver em andamento. A presidência da CBFS irá acumular a função conforme portaria divulgada.
Oposição anteriormente, Marcos Madeira foi eleito em chapa que teve o apoio de Louise Anne Bedé, que estava na gestão de Aécio Borba. Na época, os principais jogadores de futsal do país lançaram o nome do ex-jogador Nilton Romão, presidente da AABB-SP. Com a vitória de Madeira e a sequência de Bedé, os jogadores se revoltaram e decidiram boicotar à atual administração, dizendo não para qualquer convocação para a seleção brasileira. Neste meio tempo, o técnico PC Oliveira foi contratado como novo técnico do país, mas chegou a dizer que não se sentia no cargo por conta do boicote.
De acordo com a CBFS, a medida foi tomada por ter sido insustentável manter Bedé após os requerimentos de afastamento dela pedidos pelas federações, a negativa repercussão da crise na entidade e também para buscar transparência com as autoridades. A decisão pelo afastamento de Bedé será referendada em Assembleia Geral Extraordinária e teve aval do vice-presidente geral e do vice-presidente de administração da entidade.
- A CBFS resolve afastar da Assembleia Geral a Sra Louise Anne Bedé do exercício da vice-presidência de competições em caráter de urgência e visando proteger os interesses e imagem da CBFS, dando o insustentável cenário, passando estar presidência a acumular tal função até ulterior deliberação colegiado em Assembleia Geral Extraordinária a ser convocada ainda no andante mês para esse escopo - diz parte do comunicado da CBFS.
crise no futsal
O estopim da crise aconteceu no início deste ano. Endividada e impedida
de negociar contratos de patrocínio com estatais devido à reprovação de
um dos seus balanços, a CBFS decidiu antecipar sua eleição presidencial
para o fim de março, após cancelar a realização da Copa América,
que seria o primeiro compromisso oficial da seleção em 2015.
A seleção brasileira está sem patrocinador master desde o fim de 2013,
quando os Correios optaram por não renovar o contrato. O motivo é a
reprovação do balanço da CBFS referente ao período entre novembro de
2012 e dezembro de 2013, quando a entidade era dirigida por Aécio de
Borba Vasconcelos, que renunciou ao cargo em meio a denúncias de
corrupção e nepotismo. Desde então, o máximo que a Confederação
conseguiu foi fechar patrocínios pontuais para os eventos que a seleção
disputou em 2014, como o amistoso contra a Argentina no Mané Garrincha, e
o Grand Prix de Futsal.