30/03/2015 22h22 - Atualizado em 30/03/2015 22h44

Servidores rejeitam nova proposta e mantêm greve em Ribeirão Preto, SP

Prefeitura propôs abono salarial de R$ 300 e reajuste no vale-alimentação.
Há uma semana, 7 mil funcionários municipais paralisaram seus serviços.

Amanda PioliDo G1 Ribeirão e Franca

Os servidores municipais de Ribeirão Preto (SP) rejeitaram por unanimidade, durante assembleia nesta segunda-feira (30), uma nova proposta da Prefeitura de reajuste salarial com objetivo de encerrar a greve que já dura uma semana.

Após retirar uma proposta de reajuste de 3,23% - rejeitada pelo funcionários -, a administração municipal propôs, por meio de um documento, um abono de R$ 300, reajuste de 6,23% no vale-alimentação e possibilidade de pagamento de dez dias de férias em dinheiro. “Essa proposta é horrível. Não atende a nenhum dos nossos pedidos”, afirmou o presidente do Sindicato dos Servidores, Wagner Rodrigues.

Segundo ele, a proposta foi entregue pelo secretário da Casa Civil, Layr Luchesi Júnior, no final da tarde aos servidores que passaram o dia em frente ao Palácio Rio Branco. A nova tentativa de negociação da Prefeitura aconteceu após a prefeita Dárcy Vera (PSD) desmarcar uma reunião com os servidores agendada para a mesma tarde, às 14h, informou Rodrigues.

Nova proposta
A nova proposta, já rejeitada pelos servidores, previa abono de R$ 300, retroativo a 1º de março e válido também para pensionistas e aposentados; reajuste de 6,23% no vale-alimentação e na cesta básica dos aposentados; além de os servidores voltarem a ter a opção de receber o pagamento de dez dias de férias em dinheiro.

Ainda de acordo com a administração municipal, o abono significa um reajuste de até 20% nos salários dos funcionários que ganham menos. Para 937 servidores, o reajuste varia entre 15% e 20%. Já para 5.207, o valor representa até 15%. “O benefício significa um reajuste acima da inflação para mais de 70% dos servidores, além de termos atendido outras 14 cláusulas trabalhistas priorizadas pelo Sindicato”, comunicou a Prefeitura.

Protesto em frente à Prefeitura de Ribeirão Preto foi acompanhado pela PM (Foto: Fausto Daniel/G1)Protesto em frente à Prefeitura de Ribeirão Preto
foi acompanhado pela PM (Foto: Fausto Daniel/G1)

De acordo com Rodrigues, a tentativa de acordo é “horrível”. “Obviamente, a proposta foi rejeitada. A Prefeitura se reuniu sozinha e nos ofereceu algo completamente diferente do que pedimos. Abono não é salário. Nós não queremos isso”, destacou. Segundo o presidente, eles mantêm a mesma reivindicação e esperam um reajuste em percentual. Ainda não há previsão para o término da greve.

Nesta terça-feira (31), os servidores voltam a se reunir em frente à prefeitura e, no final da tarde, se dirigem à Câmara, onde, mais uma vez, pedirão apoio dos parlamentares.

Greve
A paralisação dos servidores começou em 24 de março, após o sindicato rejeitar a primeira oferta do governo de um reajuste salarial de 3,23%. Os funcionários municipais exigem aumento de 13,11% - baseado no acumulado da inflação de 2014, mais um terço da alta do orçamento municipal -, a mesma proporção no vale-alimentação, além de melhores condições de trabalho.

Diante da falta de acordo, Rodrigues contou que sete mil trabalhadores estão parados. Mesmo assim, estão mantidos serviços considerados essenciais, oferecidos pela Saúde e pelo Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão (Daerp).

A continuidade dos atendimentos foi determinada pela Justiça na quinta-feira (26). Segundo a decisão, 100% dos funcionários desses departamentos deveriam voltar às atividades e 50% nas demais pastas. Em caso de descumprimento, o sindicato pode ser multado em R$ 20 mil por dia.

Shopping
    busca de produtoscompare preços de