Economia

Paciente sob anestesia grava acidentalmente xingamentos de médicos durante cirurgia

Americano ganhou na Justiça indenização de US$ 500 mil; gravador do celular ficou ligado durante procedimento

Uma das médicas chama o paciente de ‘insuportável’
Foto: Reprodução/Pixabay
Uma das médicas chama o paciente de ‘insuportável’ Foto: Reprodução/Pixabay

RIO - Um morador de Virgínia, nos Estados Unidos, ganhou US$ 500 mil de indenização em um processo por difamação e práticas médicas inadequadas. Enquanto ele se submetia a uma colonoscopia, seu celular gravou a equipe que o operava fazendo comentários ofensivos sobre o paciente, então anestesiado. O autor da ação disse que ligou o aparelho antes do procedimento, para capturar orientações médicas, mas esqueceu de desligá-lo em seguida.

Como parte do julgamento de três dias, ocorrido em meados de junho, os jurados escutaram as gravações. A anestesista Tiffany Ingham, de 42 anos, pode ser ouvida com outros médicos e assistentes chamando o homem, que permaneceu anônimo, de “covarde” e “retardado”, relata o “Washington Post”.

“Depois de cinco minutos de conversa com você no pré-operatório eu queria dar um soco na sua cara”, disse Ingham se dirigindo ao paciente desacordado. Quando uma assistente notou que o paciente tinha uma rachadura na pele, a anestesista disse para não tocá-la, comentando que ela poderia "pegar sífilis no braço ou algo assim".

A gravação também capturou os médicos xingando o homem, zombando de sua saúde e planejando como evitá-lo após a cirurgia. Em um determinado momento, Ingham chama o paciente de “insuportável” e sugere que o gastroenterologista que estava realizando a cirurgia fingisse que tinha uma reunião para escapar da conversa sobre o pós-operatório.

Farid Khairzada, um dos jurados do caso, disse ao jornal americano que o homem tinha pedido US$ 1,75 milhão e que os US$ 500 mil dólares eram uma negociação entre um jurado que não acreditava que o homem merecia ganhar dinheiro nenhum e ao menos um que achava que devia receber mais.

“Nós finalmente chegamos à conclusão de que temos que dar ao homem alguma coisa, só para ter certeza que isso não volte a acontecer”, afirmou Khairzada.