Rio

Base avançada de UPP no Alemão tem janelas e portas quebradas após manhã de tiroteio

Um dia depois da morte de uma moradora, duas pessoas ficaram feridas em novo confronto na comunidade
Policial ferido ao cair da laje no Alemão dá entrada no Hospital Getúlio Vargas Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo
Policial ferido ao cair da laje no Alemão dá entrada no Hospital Getúlio Vargas Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo

RIO — Uma base avançada da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Alemão, na Rua Canitar, foi depredada no fim da manhã desta quinta-feira. Por meio de nota, a CPP informou que “algumas janelas e portas foram quebradas”. De acordo com a coordenadoria, manifestantes atearam fogo em colchões e nas latas de lixo do lado de fora do contêiner. Ainda segundo o órgão, a base de apoio, que fica vazia a maior parte do tempo, era usada por policiais para descansar, após patrulhamento.

Nesta quinta-feira, um dia depois dos confrontos que terminaram com três mortos no Complexo do Alemão, uma troca de tiros pela manhã deixou pelo menos dois feridos. Um PM, identificado como Renato Fernandes Carvalho, de 30 anos, caiu de uma laje, no Parque Proletário, e se feriu no ombro e num dos pulsos. Resgatado por outros policiais, ele chegou ao Hospital estadual Getúlio Vargas (HGV), na Penha, sentindo fortes dores e chorando muito. O PM foi atendido e liberado em seguida.

Um adolescente baleado na coxa também chegou ao local com os PMs. Segundo a polícia, o jovem cumpriu medida socioeducativa de um mês na Ilha do Governador, de onde saiu no carnaval.

O pai de um jovem de 16 anos, ferido durante o tiroteio de quarta-feira no Alemão, contou que o filho, internado no HGV, sob custódia da polícia, foi baleado no peito, num dos braços e em uma das pernas, na localidade conhecida como Fazendinha. Ele afirmou ainda que soube pela Polícia Militar que, junto com o filho, foram encontrados uma pistola automática e um radiotransmissor, mas acrescentou que não pode dizer se o filho tinha ou não envolvimento com o tráfico de drogas. Ele alega que passa o dia fora de casa trabalhando e não tem tempo para cuidar do casal de filhos:

— Ele fica fora de casa alguns dias e abandonou a escola no ano passado. Não tenho como saber se ele tem envolvimento ou não com o tráfico.

DOIS CONFRONTOS NA QUARTA-FEIRA

O confronto da quarta-feira aconteceu por volta das 20h30m, durante a troca de turno dos policiais da base avançada da UPP, na Rua Canitar. De acordo com a PM, o fogo cruzado começou quando cinco homens armados chegaram ao local atirando. Policiais relataram que um dos suspeitos, identificado como Mateus Gomes Lima, de 18 anos, ficou ferido durante a ação e chegou a ser levado para o HGV, mas não resistiu aos ferimentos. Uma arma calibre 9mm foi apreendida. Os outros integrantes do bando conseguiram fugir. O caso está sob a investigação da 22ª DP (Penha).

Elizabeth Alves, de 41 anos, foi baleada dentro de casa durante tiroteio no Complexo do Alemão Foto: Internet / Reprodução
Elizabeth Alves, de 41 anos, foi baleada dentro de casa durante tiroteio no Complexo do Alemão Foto: Internet / Reprodução

A troca de tiros à noite na Rua Canitar foi o segundo confronto entre PMs e criminosos registrado no Complexo do Alemão na quarta-feira. À tarde, Elizabeth Alves, de 41 anos, estava dentro de casa, na comunidade Alvorada, quando foi baleada . Ela chegou a ser levada para o HGV, mas morreu no local. Ela era porteira de uma creche na comunidade. A filha da vítima, uma adolescente de 14 anos, foi atingida no braço e atendida no mesmo hospital, sendo liberada em seguida.