Edição do dia 21/05/2015

21/05/2015 08h35 - Atualizado em 21/05/2015 08h41

Presidente tem que se envolver e negociar mais, diz Miriam Leitão

Para analista, governo é surpreendido por falta de coordenação política. 'Quem lidera precisa convencer do caminho escolhido para organizar as crises', diz.

A cada dia o governo é surpreendido pelo Congresso. Uma tremenda confusão para aprovar as medidas de ajuste fiscal.
 

O que é pior para o governo não é não aprovar o ajuste, adiar a aprovação do ajuste. É aprovar o desajuste como são essas medidas que surgem a cada momento, uma surpresa a cada dia. Como por exemplo, a mudança das regras de aposentadoria que pode até acontecer mas tem que ser fruto de uma negociação, de uma reforma, de uma proposta, de uma decisão madura e não de repente. Surge como um jabuti no meio de um projeto.

E agora esse aumento dos servidores do judiciário. Não pode ser dessa forma. E todo dia o governo está tendo uma aprovação de um gasto a mais quando ele está tentando cortar gastos. Aí realmente fica difícil.

Todo dia o governo é surpreendido

Chegou a esse ponto por falta coordenação política. Não estou falando do trabalho do vice-presidente Michel Temer que até melhorou um pouco o clima. Mas o trabalho da presidente da República. Ela tem que se envolver mais e negociar mais. É conversar, convencer. Ela precisa convencer, inclusive, o seu partido, o PT, que não está convencido da necessidade de ajuste fiscal.

Fica difícil se até o partido da presidente não aceita. E quando falo em negociar não estou falando em distribuir cargos não. Estou falando em convencer. Quem lidera a coalizão, no presidencialismo de coalizão, precisa todo dia conversar e tentar convencer do caminho escolhido para organizar as crises.

No caso, essa crise econômica foi criada pela própria presidente no primeiro mandato quando gastou demais de forma descontrolada. Criando a necessidade de um ajuste.

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