• Por Fabiano Candido com Flávia Bezerra
Atualizado em
André Tafuri (esquerda) e Anderson Silveira (direita), diretores da LingerieBR (Foto: Divulgação)

André Tafuri (esquerda) e Anderson Silveira (direita), diretores da LingerieBR (Foto: Divulgação)

Quando Nova Friburgo, cidade da região serrana do Rio de Janeiro, foi devastada pela chuva em 2011, os analistas de sistemas André Tafuri, de 38 anos, e Anderson Silveira, de 37 anos, viram a cidade, popularmente conhecida como a capital do lingerie, ser abandonada pelos clientes que a visitavam para a compra de moda íntima.

Após o ocorrido, André e Anderson, que já eram sócios de uma empresa de desenvolvimento de plataformas web, passaram a receber diversos pedidos de ajuda vindos de confeccionistas da cidade que queriam iniciar nas vendas online. Apostar no digital, segundo André, era a solução  para resolver a ausência física da clientela.

Os sócios e amigos amadureceram a ideia por três anos, até que em agosto deste ano o Market Place LingerieBR foi ao ar. O e-commerce reúne os pequenos fabricantes de moda íntima da cidade e região de Nova Friburgo, que através de um investimento baixo, conseguem mostrar e vender as marcas a todo o Brasil.

Preço médio das peças no e-commerce variam entre R$ 5 e R$ 50 reais (Foto: Divulgação)

Preço médio das peças no e-commerce variam entre R$ 5 e R$ 50 reais (Foto: Divulgação)

Os confeccionistas que desejam vender seus produtos através da LingerieBR desembolsam um salário mínimo por mês e uma taxa de 35% sobre o valor de cada compra online, que deve ser de, no mínimo, R$ 199. “Quando a compra é realizada, as empresas trazem o produto até o centro de distribuição e o e-commerce fica responsável por separar e levar os pedidos até os Correios. O frete também é por nossa conta”, afirma André, que também assume os trabalhos e gastos com marketing digital, fotografia e criação de conteúdo dos produtos para o site. “Esse estilo de Market Place facilita muito os pequenos produtores do pólo a fortalecerem a marca no mercado online”, diz.

As vendas no site são realizadas através do atacado e têm como público alvo as lojas de moda feminina e as empreendedoras individuais que praticam a venda porta a porta. Como o estoque é diário e rotativo, André mantém um pequeno centro de distribuição alugado. 

Com menos de um mês no ar, a LingerieBR trabalha apenas com dois confeccionistas da cidade. Outras empresas da região estão em fase de negociação. Atualmente, o e-commerce emprega 12 funcionários e mantém o preço médio das peças entre R$ 5 e R$ 50 reais. 

Mercado de moda íntima no Brasil
De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, a Abit, o Brasil contava com 3,5 mil unidades produtivas de moda íntima com porte industrial em 2012.

Neste mesmo ano, a produção de roupas íntimas e meias alcançaram 1,5 bilhão de peças, sendo o Sudeste a principal região de consumo das peças no Brasil. 

Em 2012, foram US$ 3,6 bilhões em produção e US$ 32,2 milhões arrecadados com a exportação de peças íntimas brasileiras.