28/01/2015 22h06 - Atualizado em 29/01/2015 08h34

Vídeo mostra funcionários tapando buracos inexistentes em rua de MS

Flagrante foi feito por câmera de segurança de prédio em Campo Grande.
Prefeitura confirma irregularidade e diz notificou empresa terceirizada.

Do G1 MS com informações da TV Morena

Vídeo gravado por câmeras de segurança de um condomínio em Campo Grande mostra funcionários de uma empresa terceirizada, que presta serviço de tapa-buracos para a prefeitura municipal, durante atividade de tapa-buracos em asfalto sem buracos. O flagrante foi feito nesta semana, na travessa Jornalista Marcos Fernando Hugo Rodrigues, acesso para o Parque dos Poderes.

Nas imagens, um funcionário é flagrado despejando material no asfalto e em seguida, o caminhão passa para finalizar o serviço. Segundo Eder Palermo, porteiro que gravou o vídeo, não existiam buracos no local onde o serviço foi feito. Ele conta que viu a movimentação pelo circuito interno e achou o trabalho estranho, por isso decidiu gravar e divulgar o vídeo na internet.

"Quando vi a imagem do pessoal tapando um buraco que não existia fiquei muito indignado, fiquei horrorizado com a situação. Gravei o vídeo, pedi autorização para o pessoal do condomínio e, ontem distribui

A prefeitura de Campo Grande informou, por meio de nota, que a empresa foi notificada a prestar esclarecimentos e que vai manter o contrato, mas não soube informar como é feita a fiscalização desses serviços.

Segundo o diretor da Selco Engenharia, Denis Simioli, um funcionário foi demitido porque teria agido de má fé. Questionado sobre os outros funcionários que apareceram nas imagens, ele disse que uma sindicância está apurando o envolvimento deles. O empresário ainda afirmou que vai assumir todo o prejuízo com o material. Ele não soube explicar sobre o funcionamento do controle de serviços prestados.

O promotor de patrimônio público, Willian Marra Silva Junior, disse que a prefeitura pode ser responsabilizada. "Caso não fiscalize essa prestação de serviço, ela pode ser responsabilizada, inclusive, por atos de improbidade administrativa e por omissão na fiscalização porque, pelo o que se observa das imagens, caso haja pagamento por este serviço que não foi prestado, pode haver um prejuízo ao erário e, até mesmo, enriquecimento ilícito de terceiro, das empresas que efetuaram, entre aspas, este serviço", afirmou.