29/05/2014 08h16 - Atualizado em 29/05/2014 08h57

Polícia ouve testemunhas da morte de mototaxista em protesto no Alemão

Caio Moraes da Silva, 20 anos, foi baleado na terça (27) durante protesto.
Manifestação era contra prisão de motoqueiro; polícia pericia armas da PM.

Do G1 Rio

A Divisão de Homicídios Polícia Civil pretende ouvir três testemunhas nesta quinta-feira (29) na investigação da morte de um mototaxista durante um tiroteio no Conjunto de Favelas do Alemão, Zona Norte do Rio. De acordo com o titular da especializada, Rivaldo Barbosa, uma perícia foi feita no local para tentar saber de onde partiram os tiros que mataram Caio Moraes da Silva, de 20 anos. Como mostrou o Bom Dia Rio, ele participava na noite de terça de um protesto de mototaxistas contra a prisão de Romário Moraes da Silva, conhecido como Romarinho, procurado por tráfico de drogas. Outro morador da comunidade ficou ferido durante a ação.

“Nós ouvimos ontem 11 pessoas, apreendemos oito armas dos policiais militares e, com o resultado dessa perícia, nós vamos confrontar com o depoimento dos PMs. A gente também aguarda um exame do IML, que hoje de manhã deve estar pronto para ser inserido no inquérito”, explicou Barbosa, que frisou que o laudo oficial da perícia fica pronto em 30 dias.

O corpo de Caio será enterrado nesta tarde no Cemitério do Caju, Zona Norte da cidade. Os familiares da vítima passaram a tarde desta quarta-feira tratando da liberação do corpo no Instituto Médico Legal (IML). Denise Moraes da Silva, mãe de Caio, disse que acredita que o filho tenha sido baleado pelas costas e pede que a polícia investigue o caso.

“Pelo que eu observei na roupa do meu filho, ele levou um tiro pelas costas. Eu não vou dizer de quem veio, mas eu espero que a polícia me mostre quem atirou."

Protesto
Imagens publicadas na internet mostram que o protesto contra a prisão de Romarinho fechou a Estrada do Itararé, que corta a região, na noite de terça. Algumas pessoas a pé interromperam o tráfego na avenida e espalharam faixas e cartazes no asfalto. Logo após a interdição da via, policiais militares começaram a conversar com o grupo, mas, em seguida, jogaram bombas de gás para tentar liberar o trânsito. Tiros foram ouvidos no entorno do protesto e, de acordo com a PM, os disparos foram feitos dentro da comunidade, contra os policiais.

Um carro da PM foi alvejado pelos tiros e um morador ficou ferido por armas de fogo. Fausto Sobral, de 56 anos, foi ferido na perna durante o confronto. Ele foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da comunidade e depois transferido para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha. Até as 7h, segundo a Secretaria de Saúde, o estado de saúde dele era estável.

De acordo com a assessoria das UPPs, por volta das 18h de terça um grupo de moradores e mototaxistas do Complexo do Alemão começou uma manifestação na frente do quartel da Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), na Avenida Itaoca. Este mesmo grupo seguiu pela Avenida Itararé, quando bloqueou a via por alguns minutos. O 22º BPM (Maré) conseguiu dispersar o grupo e liberar o trânsito.

Ainda segundo a corporação, ao se aproximarem da Avenida Central, os policiais das UPPs do Alemão que acompanhavam a manifestação foram alvos de disparos vindos do interior da comunidade. Um carro da PM foi alvejado pelos tiros.

Ônibus incendiado
Mais tarde, um ônibus foi incendiado em frente ao Posto de Assistência Médica (PAM) de Del Castilho, no Subúrbio, perto do Conjunto de Favelas do Alemão. Ninguém ficou ferido, segundo a Polícia Militar. Tropas do Batalhão de Operações Especiais (Bope) foram acionadas e, durante a madrugada, a PM fez buscas para encontrar os criminosos que participaram do confronto.

Traficante preso
Nesta quarta, a Polícia Civil prendeu outro traficante do Conjunto de Favelas do Alemão. De acordo com as investigações, Gustavo Rodrigues dos Santos, 22 anos, conhecido como Gugu, era o tesoureiro dos criminosos e foi detido em casa. Para a polícia, Romarinho e Guga fariam parte da mesma quadrilha. O bando seria chefiado por Bruno Eduardo da Silva Procópio, o Piná, preso em abril.

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