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Diego Costa admite ter fama de violento, mas diz: "Não vou mudar"

Após ser suspenso por pisão em adversário, atacante do Chelsea se mostra tranquilo e afirma que continuará dando o máximo em campo: "É meu pão com manteiga"

Por Londres

Diego Costa e Martin Skrtel, Chelsea X Liverpool (Foto: Agência Reutes)Diego Costa discute com Skrtel durante clássico (Foto: Agência Reutes)

Diego Costa, que colecionava episódios polêmicos no futebol espanhol, teve sua "fama de mau" consolidada na Inglaterra depois do clássico contra o Liverpool, na última terça-feira, quando deu pisões em Emre Can e Skrtel. Mas o atacante não se importa. Em sua primeira entrevista exclusiva para um jornal inglês, o sergipano deixou claro que não pretende alterar seu estilo de jogo de entrega e disputa a qualquer custo - que lhe rendeu uma suspensão de três partidas pelo incidente com Can.

- Você pode ver quantas vezes machuquei alguém. Nunca. Eu nunca machuquei outro colega, outro jogador de propósito. Eu tive muitos incidentes, talvez mais na Espanha, mas é a forma como eu jogo. Não vou mudar minha forma de jogar porque fui suspenso por alguns jogos. Eu sou sempre leal, sempre dou 100% e vou ao limite, mas as pessoas acham que sou um jogador violento, porque interpretam o futebol de uma forma diferente - explicou ao "Daily Mail", poucas horas depois de saber do gancho.

Para Diego, o estilo de buscar todas as divididas com a máxima entrega e, por vezes, força desnecessária é fruto de um pensamento prático: seu trabalho é ser jogador de futebol, e ele deve ser feito com a maior dedicação possível. Por isso, nenhuma polêmica tira seu sono.

- A questão é que, quando chego em casa, posso dormir sabendo que não fiz nada errado, porque nunca quis fazer aquilo e não foi de propósito. Não estou dizendo que sou um anjo. Não sou, você pode ver isso. Mas toda vez que eu jogo, jogo da mesma forma, porque é este meu jeito. É o que preciso fazer para sustentar minha família. É meu pão com manteiga. Então, é o que preciso fazer pelo clube, pela torcida e todas as pessoas envolvidas. No gramado, sempre serei assim. É minha personalidade, e sempre irei competir. Eu sou um cara diferente no gramado, você pode ver, mas isso eu não vou mudar. E quero dizer de novo: você pode ver o vídeo e interpretar como quiser, mas eu sei que posso dormir em paz, pois sei que não quis fazer aquilo.

O atacante naturalizado espanhol usa o lema "o que acontece no gramado fica no gramado" para resumir seu pensamento sobre as polêmicas e acredita que o futebol atual não permite tanto contato físico como antigamente, o que seria ruim para o esporte.

- Depois do jogo, aperto a mão do zagueiro. Trabalho feito. Vou para a minha casa, ele vai para a casa dele. Somos todos companheiros, e isso é bom. É como eu vejo o futebol. Em não vou mudar isso, futebol é um esporte de contato.

Um dos piadistas do Chelsea

Diego contou à publicação que ganhou grande experiência no futebol ao jogar nas ruas de Lagarto, sua cidade natal, com garotos mais velhos, uma vez que não gostava de disputar com mais novos por ser maior e conseguir aprender mais dessa forma. O brasileiro garante que, naquela época, não costumava ter problemas em campo, com uma exceção: seu irmão Jair. Mas se em campo Diego desperta inimizades, no Stamford Bridge ele é querido. O "Daily Mail" conta que Diego é um dos grandes brincalhões do Chelsea e, mesmo não dominando o idioma, consegue se comunicar bem e "fazer todo o vestiário rir". 

- Isso vem naturalmente. Eu sempre gostei de brincar em todos os clubes onde joguei, com todos os meus companheiros, pois é onde trabalhamos e passamos muito tempo juntos. Mais tempo do que com a nossa família. Então, gosto de fazer piadas, mas não sou o único. Há muitos brincalhões no vestiário. Drogba é um dos maiores, assim como Hazard - disse.