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Usain Bolt: 'É assim que eu sou'

Em entrevista ao GLOBO, velocista jamaicano fala sobre a atenção que dá aos fãs e se diz ansioso para a Rio 2016
Usain Bolt: 'Fui educado para ser humilde e atencioso para com as pessoas' Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo
Usain Bolt: 'Fui educado para ser humilde e atencioso para com as pessoas' Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo

Rei da velocidade nas pistas, o jamaicano Usain Bolt, bicampeão olímpico dos 100m, 200m e 4x100m, é a maior atração do Mano a Mano, no Jockey Club, neste domingo, às 10h, com entrada franca. Na quarta visita ao país, ele se diz ansioso para disputar a Rio 2016. À tarde, Bolt estará no Maracanã para ver o Flamengo x Vasco.

O ideal das Olimpíadas de 2016 é o de transformar a cidade e o Brasil por meio dos Jogos. Como encara esta ideia?

Para mim, isso é ótimo. Há talentos em diferentes lugares, diferentes continentes, e isso é maravilhoso. Acrescenta muito ao país onde as Olimpíadas acontecem, porque há diversos povos e culturas com as quais as pessoas podem entrar em contato.

Com os Jogos no Brasil, o evento sai do circuito dos países ricos. O que isso significa?

Não acho que a questão seja em qual país, mas, sim, um ambiente diferente. Não olho para o país, mas sempre olho outro ambiente. Eu gosto de competir diante de povos e raças diferentes. Sinto a energia que absorvo quando entro no estádio para competir. Eu consigo imaginar o estádio cheio. Estou ansioso para competir no Estádio Olímpico, diante de milhares de pessoas.

Como é para você ser tão carismático e receptivo em relação às pessoas, quando alguns atletas famosos são “marrentos”, arrogantes em relação aos fãs?

Fui educado para ser humilde e atencioso para com as pessoas. É assim que eu sou. Se você é mal-humorado, acaba deixando de conhecer muitas pessoas interessantes com as quais poderia interagir. Às vezes, você aprende muitas coisas, e é sempre algo muito divertido encontrar as pessoas.

O que há de mais agradável em ser assim como você, um ídolo mundial?

Tenho muitas histórias interessantes contadas por várias pessoas. Elas sempre me dizem que deveriam ter me conhecido antes ou que servi de inspiração para elas em algum aspecto. Várias vezes as pessoas vêm e me dizem que eu servi de inspiração para elas. Muita gente chega para mim e diz: “Você serviu de inspiração para mim". É muito bom saber que inspiro as pessoas, não por um texto no Instagram, mas encontrando com elas, pessoalmente. Então digo a elas: “Venha e conte como foi".

E qual o lado ruim? A perda da privacidade? O fato de você, por exemplo, não poder ir sozinho a um shopping?

Não é a questão de privacidade, mas às vezes, como qualquer ser humano, você tem dias ruins em que não quer ser incomodado, mas eu tento tratar bem as pessoas. Se não estou tendo um bom dia, tento continuar lá e tento manter o equilíbrio o máximo que posso. Você pode estar tendo um dia ruim, mas aquele dia não tem de ser ruim para a outra pessoa. Mas eu tento ser positivo na maior parte do dia.

Você disse que vai parar de competir em 2017. O que vai fazer então?

Sempre disse que eu quero jogar futebol (após encerrar a carreira no atletismo, em 2017) para ver se eu sou realmente bom nisso. Para mim, é algo que eu posso fazer, mas quero ver se realmente posso ser bom nisso.

E você deseja jogar profissionalmente?

Sim, gostaria de jogar profissionalmente. Queria tentar, para ver se sou bom mesmo. Sabe, sou daquelas pessoas que assistem a um jogo e dizem: “Acho que posso fazer isso." Sou uma dessas pessoas, e gostaria de ver se realmente posso.

Qual seria sua posição?

Acho que eu jogaria na ponta. Certamente, eu seria um ponta, para usar minha velocidade e cruzar a bola.

Você vai ao Maracanã para o clássico deste domingo?

Sim, vou ao estádio (hoje) assistir a Flamengo x Vasco. Acredito que vai ser ótimo. Estou ansioso para ver como será. Sempre assisto a muitos jogos do futebol brasileiro pela TV, e acho que vai ser interessante.