Rio

Monumentos e pontos turísticos do Rio ficam às escuras por uma hora em alerta pelo clima

Iniciativa mundial da WWF, Hora do Planeta enfoca crise hídrica e quer que seja criado plano nacional para proteger nascentes
Os Arcos da Lapa iluminados: luzes do monumento carioca serão apagadas na Hora do Planeta Foto: Thiago Lontra / Agência O Globo
Os Arcos da Lapa iluminados: luzes do monumento carioca serão apagadas na Hora do Planeta Foto: Thiago Lontra / Agência O Globo

RIO — O momento não poderia ser mais apropriado: seca, reservatórios em níveis preocupantes e crise energética. Problemas que possuem, na origem, as mudanças climáticas. Com o objetivo de alertar a população mundial sobre a situação alarmante do planeta, a ONG WWF promove, desde 2007, a Hora do Planeta, que, neste ano, está marcada para as 20h30m deste sábado. A campanha promete bater recorde de participação, com a adesão de mais de 7 mil cidades pelo mundo, sendo 151 no Brasil. Assim como em anos anteriores, monumentos famosos em todo o mundo se apagam por uma hora para propor uma reflexão sobre a necessidade de utilização sustentável dos recursos naturais.

No Rio de Janeiro, pontos turísticos como os Arcos da Lapa, o bondinho do Pão de Açúcar e a Igreja da Penha ficarão às escuras. A WWF espera que, além de monumentos e espaços públicos, empresas como bares, restaurantes e shoppings, além de residências, também apaguem as luzes por uma hora na noite de sábado. Segundo Cláudio Maretti, superintendente da WWF-Brasil, o ato não é só pela economia de energia. A ideia é mostrar que existe interesse em amenizar as consequências do aquecimento global.

— Não estamos querendo uma economia durante uma hora. Queremos uma reflexão. É uma demonstração voluntária, para que a comunidade veja que você se importa com a questão. Com a crise hídrica, esse é um momento que faz a Hora do Planeta ter um caráter particular no Brasil. O apagar de luzes quer dizer: “estou preocupado com isso” — diz Maretti.

Em sua sétima edição no país, a Hora do Planeta acontece simultaneamente ao lançamento de uma petição pela criação do Plano Nacional para a Proteção de Nascentes. A meta é conseguir 50 mil assinaturas até agosto. Com o documento, a ONG quer chamar a atenção para o fato de que a própria bacia hidrográfica já tem mecanismos para reserva de água.

— A crise nos pegou, e o ambiente está mostrando que não se destrói a natureza impunemente. Não adianta só fazer obras. A conservação de florestas e uma melhor gestão das bacias hidrográficas nos garantem uma certa estabilidade no abastecimento de água. Não podemos mais falar disso sem pensar em mudanças climáticas — alerta o dirigente.

Pela quarta vez, o Rio foi escolhido como sede da Hora do Planeta no Brasil. Para celebrar a ocasião, haverá um show gratuito no Posto 10, da Praia de Ipanema, na Zona Sul, a partir das 16h. O espetáculo, que será realizado com gerador de biocombustível, terá como atrações principais o grupo Playing For Change — movimento criado em 2002 nos Estados Unidos que reúne artistas de diversas nacionalidades — e o músico Hamilton de Holanda. Também se apresentam Rodrigo Sha, Eduardo Neves e o DJ Nado Leal.