Manifestantes se reuniram na tarde deste domingo (12), em Porto Alegre, em protesto contra a presidente Dilma Rousseff. Cerca de 35 mil pessoas participaram do ato, de acordo com a Brigada Militar, e de 35 mil a 40 mil, segundo os organizadores. Com faixas e vestindo verde e amarelo, eles fizeram caminhada pelas ruas da cidade e encerraram o ato por volta das 18h, no Parcão. O protesto foi menor do que o de 15 de março, que reuniu 100 mil segundo a BM e 120 mil de acordo com os organizadores.
Em meio aos manifestantes, ambulantes aproveitaram para comercializar bandeiras, camisetas e faixas de apoio ao protesto, organizado pelas redes sociais pelo Movimento Brasil Livre. O grupo é contra a intervenção militar.
Com dois carros de som, os organizadores discursaram. Com um megafone, pediam que ninguém participe do protesto que pede intervenção militar. "Não sigam esses golpistas", diz o porta-voz, que puxa o grito de "democracia".
O trânsito nas avenidas Goethe e 24 de Outubro foi bloqueado para veículos. A Empresa Pública de Transporte e Circulação trabalhou com efetivo reforçado para organizar e desviar o tráfego da região. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, 650 policiais trabalharam para garantir a segurança no local.
Os manifestantes iniciaram caminhada pelas ruas da cidade. Eles caminharam pela Goethe, Mariante, Protásio Alves e Ramiro Barcellos e 24 de Outubro. Entre os manifestantes estava a secretária Lisiane Silva, 31 anos. "Estou indignada com esse governo corrupto e quero fazer uma limpa. Protestar é o que eu posso fazer", diz ela.
A médica Adriana Rojas, de 47 anos, afirma que protesta a favor da liberdade. “Sou mãe de três filhos, e tenho muito medo que eles vivam em um país onde a democracia não é pujante. O risco de haver apenas uma opinião é ainda maior que a questão econômica e da violência que assola o país”, disse.
Ao final da caminhada, já no fim da tarde, o grupo retornou ao Parcão, quando começou a se dispersar. Os manifestantes cantaram o Hino Nacional e encerraram o protesto por volta das 18h.
Na passarela acima da Avenida Goethe, a Brigada Militar fez um balanço da manifestação. Segundo o coronel Mario Ikeda, do Comando de Policiamento da Capital, o número final ficou em 35 mil manifestantes. Não houve ocorrências ou incidentes graves. Somente um incidente ocorreu, em que uma menina teve sua camiseta rasgada por um manifestante. Não houve agressão e não foi registrada ocorrência.
Em meio aos manifestantes contra Dilma, um grupo de cerca de 200 pessoas pedia intervenção militar. Por orientação da Brigada Militar, esse grupo saiu em caminhada antes e fez outro percurso para evitar confronto com os outros manifestantes.
A organização do protesto contra Dilma Rousseff, do Movimento Brasil Livre, se diz contra o militarismo e não apoia o golpe militar. Ao final do ato, Fábio Ostermann, um dos líderes do movimento, avaliou como positiva a mobilização deste domingo.
"Foi uma manifestação de continuidade e de amadurecimento tanto do Movimento Brasil Livre como da relação com outros movimentos. Em Porto Alegre, tivemos o apoio do movimento Vem Pra Rua, que foi muito importante. A partir de agora podemos trilhar novos rumos. No dia 20 de maio, iremos a Brasília protestar”, disse ao G1 após o fim do ato.