19/03/2015 14h29 - Atualizado em 19/03/2015 15h04

SP altera plano para captar água da Billings e escolhe rio menos poluído

Governo diz que mudou ponto de retirada por ser mais viável de tratamento.
Alto Tietê receberá água da represa para atender população na Grande SP.

Do G1 São Paulo

 Lixo e mal cheiro tomam conta da represa Billings, em São Paulo (SP), na manhã desta quinta-feira (29). 29/01/2015 (Foto: Douglas Pingituro/Futura Press/Estadão Conteúdo) Lixo e mal na represa Billings, em SP, em janeiro (Foto: Douglas Pingituro/Futura Press/Estadão Conteúdo)

O governo de São Paulo desistiu de captar água de uma área mais poluída de represa Billings e decidiu usar um braço do Rio Pequeno para reforçar o Sistema Alto Tietê e abastecer a Grande São Paulo. Até então, o plano para reduzir o número de clientes atendidos pelo Cantareira era retirar a água do corpo central da Billings, pelo braço do Rio Grande, que recebe descarga da água dos rios Tietê e Pinheiros sem tratamento.

 

O Rio Pequeno, segundo a Secretaria Estadual de Recursos Hídricos, também é ligado à Billings e tem água com qualidade mais preservada. A assessoria de imprensa da pasta informou que a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) redefiniu o local de captação por ser uma opção mais viável para tratamento.

Em nota, a Sabesp informou que o Rio Pequeno despejará água no Rio Grande, de onde seguirá para o Alto Tietê. A previsão é que a interligação entre em operação ainda em 201, com custo estimado de R$ 20 milhões.

Antes disso, será preciso a construção de uma adutora de ligação entre o braço do Rio Grande ao Rio Taiaçupeba, que deságua na represa de mesmo nome e integra o Alto Tietê. A obra deve ser concluída até julho.

Apesar da mudança, o governo afirmou que o volume de água repassado para o Alto Tietê continuará o mesmo: serão 4 mil litros de água por segundo que passarão pela Estação de Tratamento de Água (ETA) de Suzano, na represa de Taiaçupeba.

Contaminação
Estima-se que a Billings tenha capacidade para fornecer água a cerca de 4,5 milhões de pessoas, o que não ocorre devido à poluição e intensa ocupação irregular nas margens, segundo especialistas. A presença de contaminantes industriais é outra preocupação.

“A Billings foi um reservatório que por muito tempo foi usado para receber afluente industrial, e lodo no fundo da represa ainda tem uma concentração grande desses resíduos”, explicou o professor associado do departamento de engenharia hidráulica e ambiental da Escola Politécnica da USP, José Carlos Mierzwa.

Desde 1958, a Sabesp usa água de dois braços da represa: do Rio Grande retira 5,5 m³/segundo para atender Diadema, São Bernardo e parte de Santo André, na região do ABC paulista. Essa parte do manancial é considerada mais limpa e é isolada da parte mais poluída da Billings.

Do Rio Taquacetuba retira 2,19 m³/segundo. Esse trecho é mais contaminado porque está próximo à área de descarga da água dos rios Tietê e Pinheiros sem tratamento, e enviados para o Guarapiranga.

Água captada na represa Billings será tratada na ETA de Suzano, na represa de Taiaçupeba (Foto: Jamile Santana/G1)Água captada na Billings será tratada na ETA de Suzano, na represa de Taiaçupeba (Foto: Jamile Santana/G1)

 

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