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Nova apresentadora do ‘Fantástico’ fala de cuidado com filhos trigêmeos: ‘Adoro cortar as unhas’

Aos 39 anos de idade e com 17 de Globo, Poliana Abritta assume o lugar de Renata Vasconcellos neste domingo

À vontade. Poliana Abritta na redação do “Fantástico”, seu novo local de trabalho
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Leo Martins
À vontade. Poliana Abritta na redação do “Fantástico”, seu novo local de trabalho Foto: / Leo Martins

RIO — Poliana Abritta terminava de comer um sanduíche quando se apresentou para esta, que seria a sua primeira entrevista após ser anunciada como apresentadora titular do “Fantástico”, posto que assume neste domingo, dia 2. Despojada e segura, a jornalista, com 17 anos de TV Globo, diz que a missão não a assusta.

— Não estou com medo, porque é mais um trabalho que eu vou fazer na Globo. Eu não apareci ontem, para apresentar o “Fantástico”. Esta é mais uma etapa da minha carreira, com um tamanho compatível com o meu histórico profissional. É uma senhora responsabilidade, mas eu sou uma moça muito responsável desde novinha — brinca ela.

Poliana se destacou como repórter em coberturas como a ida do então presidente Lula ao Irã, em 2009, para tentar fazer um acordo nuclear. Hoje, a jornalista encara com leveza os comentários de surpresa sobre a escolha do seu nome para substituir Renata Vasconcellos no dominical.

— Se me veem como uma novidade, eu acho bom. Adoro novidade. Gosto de fazer amigos, visitar lugares diferentes... Então, as pessoas terem a chance de conhecer alguém novo é um ponto positivo para mim. Imagina mais do mesmo? — diz ela, que também teve experiências como apresentadora, em edições de sábado do “Jornal hoje”, cobrindo férias de Christiane Pelajo no “Jornal da Globo” e ancorando duas temporadas do “Globo mar”.

Para a estreia no “Fantástico” de hoje, a jornalista foi à Índia entrevistar Kailash Satyarthi, vencedor do prêmio Nobel da Paz de 2014, por seu trabalho com o resgate de crianças vítimas do trabalho escravo no país:

— Sempre quis conhecer a Índia e queria muito estrear com uma coisa bacana, positiva, com uma mensagem boa. Fiquei tão feliz com o convite, por ter vindo para cá... E a Índia tem uma outra vibração, uma vibração de amor. É bonita, acolhedora, fui recebida pelo Kailash como se fosse uma velha amiga. Ele é uma figura que passa paz. Foi uma experiência muito rica.

Os preparativos também envolveram a gravação de pilotos (programas de teste) e conversas com Renata e Tadeu Schmidt, que permanece apresentando o “Fantástico" e foi seu colega de faculdade em Brasília, para “entender as minúcias do programa”.

— É uma apresentação diferente das que eu já fiz. No “Fantástico”, vou apresentar de pé e não posso ser formal, como no “Jornal da Globo”, nem tão solta, como no “Globo mar”. Tive que alinhar a pessoa e a jornalista que eu sou com o formato do programa.

O mais difícil dessa história toda, no entanto, foi “guardar segredo por tanto tempo”, conta a jornalista:

— Os meus filhos (os trigêmeos Guido, José e Manuela, de 6 anos) só ficaram sabendo que eu seria a nova apresentadora do “Fantástico” muito perto do anúncio oficial. É injusto pedir um segredo desse tamanho a crianças tão novas. E para eles, foi normal. Como cresceram me vendo na televisão, acham que é só mais um trabalho da mamãe.

Apesar de ter parecido súbita quando anunciada (em 15 de agosto), Poliana diz que a decisão da troca de apresentadoras — Renata Vasconcellos assume o “Jornal nacional” no lugar de Patrícia Poeta — já é antiga.

— O Ali (Kamel, diretor-geral de jornalismo e esportes da Globo) me convidou entre março e abril. Como haveria um intervalo entre o convite e a estreia, planejada para depois das eleições, ele me propôs que eu passasse um período como correspondente em Nova York. Fiquei dois meses lá com os meus filhos, mas pedi para voltar, por eles, e para eu me preparar — relata.

As crianças seguem em Brasília, terra natal da jornalista e onde ela morava até se mudar para o Rio, em agosto:

— Como os meus filhos estão em ano letivo e as aulas só terminam em dezembro, resolvi manter o meu apartamento montado em Brasília, até para verem que a casinha deles continua igual. Por enquanto, estou fazendo uma ponte. Vou para Brasília, fico dois, três dias e, quando volto, deixo eles com o pai (um arquiteto, de quem está separada). No fim do ano, trago eles para cá.

Poliana conta que a vontade de ter filhos era antiga.

— Quando eu era criança, dizia que queria ser mãe e professora. Achava que mãe era uma profissão. E é, né? — pondera ela. — Acabei entrando na faculdade de Comunicação e o que me ajudou a optar por Jornalismo em vez de Cinema, Relações Públicas ou Publicidade foi o trabalho. Aos 18 anos, já apresentava um programa de negócios na TV Brasília (hoje afiliada da Rede TV!).

O salto para a Globo, após experiências como apresentadora em outra emissora local e como repórter de uma agência de notícias, foi aos 21 anos.

— Pouco antes de me formar, pedi estágio ao Marcelo Netto (ex-diretor da emissora em Brasília), e ele me mandou voltar depois de formada, porque eu era muito novinha. Mas, ao me ver na TV entrevistando o Cristovam Buarque (então governador da capital federal), ele pediu a secretária para me ligar — conta ela: — Fiz um teste e, em 4 de agosto de 1997, fui contratada como repórter.

Ainda que se lembre da data com exatidão, Poliana, de 39 anos, diz não se importar muito com números. Nem mesmo com a proximidade dos 40, apesar de não abrir mão de alguns cuidados.

— Não saio de casa sem protetor solar e não durmo maquiada de jeito nenhum. Também cuido bem da alimentação, mas não faço dieta — afirma ela, que tem 1,69m e 57 quilos: — Estou mais magra do que de costume, porque a vida foi corrida e agitada nesses últimos tempos.

Poliana é daquelas mulheres que encaram a passagem do tempo com naturalidade:

— Envelhecer é tranquilo, nunca escondi a minha idade de ninguém (risos). A passagem do tempo ainda não me incomoda, estou nova para isso. Vivo muito bem do jeito que sou. Hoje, não preciso de plástica. Não sei amanhã...

A tranquilidade da jornalista, percebida de pronto por qualquer interlocutor, não foi abalada nem quando ela descobriu que estava grávida de trigêmeos.

— Quando eu peguei o resultado do exame de gravidez e vi o nível do beta-HCG, falei com o meu ex-marido: “Te prepara que são três!” (risos). Não deu medinho antes de eles nascerem, mas depois... O início foi bem difícil. Eu só tenho dois braços, duas mãos...

Hoje, a jornalista diz que equaciona bem as tarefas com as crianças, como cortar as 60 unhas do trio:

—Eu adoro cortar unha, é um momento revigorante. Quando eu chego em Brasília, uma das primeiras coisas que eu faço é pegar a tesourinha. É um momento de cuidado com as crianças.