Edição do dia 16/04/2015

16/04/2015 21h45 - Atualizado em 16/04/2015 22h19

Prefeitura de São Paulo ganha reforço do exército para combater a dengue

Soldados do exército vão auxiliar os agentes sanitários para que moradores permitam a entrada das equipes para vistoria em suas casas.

Soldados do exército vão participar da guerra contra o mosquito transmissor da dengue, em São Paulo. O danado do mosquito não dá trégua. Com o calor forte deste ano, a velocidade de reprodução do Aedes aegypti aumentou. Nos seus 30 dias de vida, cada mosquito dá origem a outros 400. Só na cidade de São Paulo os casos confirmados já passam de oito mil - mais que o dobro do ano passado. Na Zona Norte, a mais afetada, não é difícil encontrar quem teve dengue.

“Peguei dengue, meu marido pegou. Mas foi a fraca, graças a Deus não foi a hemorrágica”, afirma a aposentada Maria Vilma Barbosa.

E o que já está grave, deve piorar. A secretaria da saúde da capital diz que, historicamente, o pico da dengue é nas últimas semanas de abril. Com tantos casos na cidade, a prefeitura montou seis tendas para desafogar as unidades básicas de saúde nas regiões mais críticas.

Além de atender os casos suspeitos e também os confirmados em tendas como a mostrada no vídeo acima, os agentes da prefeitura estão indo de casa em casa nos bairros mais atingidos para orientar os moradores na prevenção da doença. O problema é que eles não estão conseguindo entrar em todas as casas. De cada dez domicílios eles não conseguem porque os proprietários não permitem. Têm medo de golpe ou de ser um assalto. Por isso, nesta quinta-feira (16) o prefeito Fernando Haddad pediu ajuda do exército: 50 soldados vão ser treinados durante uma semana e já na quinta-feira (23) eles começam a acompanhar os agentes sanitários.

O secretário adjunto da saúde explica que os soldados do exército vão atuar como agentes de saúde.

“Nós vamos dar um pouco mais de informação técnica também sobre o comportamento do mosquito, como é seu ciclo reprodutivo etc. Eles terão essa informação, mas sobretudo é esta ação de ir nas casas, de ajudar as famílias a identificar possíveis criadouros”, conta Paulo Puccini, secretário adjunto de saúde de São Paulo.

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil já tem 460 mil casos notificados da doença. O estado de São Paulo tem mais metade. Na região Norte, o Acre lidera o ranking da doença. No Nordeste é Pernambuco. No Centro-Oeste, Goiás. E no Sul, o estado do Paraná. Em São Paulo, o exército, pelo jeito, vai ser bem recebido na guerra contra o mosquito.

“Exército, marinha, o que tiver para vir pra cá”, diz uma mulher.

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