Em fevereiro, nenhum ramo da indústria escapou das consequências da economia mais fraca, e todos demitiram, segundo o IBGE. O resultado aprofundou uma crise que já cortou quase 4% das vagas do setor em um ano.
As demissões na indústria são consequência direta de um cenário econômico que não dá nenhum sinal de melhora. O crédito ficou caro, as vendas diminuíram, a produção também e começou a "sobrar" funcionário no chão de fábrica.
Um exemplo disso é a indústria automobilística. Se hoje as montadoras parassem totalmente, ainda haveria estoque para 46 dias de vendas. O economista André Rebelo, da FIESP, diz que a indústria não teve outra saída a não ser demitir.
"As multas contratuais, a rescisão é um custo pras empresas. E todo o custo de treinametno, adequação, de formação de mão de obra para empresa é perdido. E quando fazem, é porque não têm expectativa de retomada de vendas", aponta André Rebelo, economista da FIESP.
O emprego na indústria caiu 0,5% em fevereiro na comparação com janeiro, quando já tinha recuado 0,2%. Em relação a fevereiro do ano passado, a queda foi de 4,5%. No acumulado dos últimos 12 meses, o total de assalariados nas fábricas diminuiu 3,6%.
Os setores que mais demitiram foram meios de transporte, máquinas e aparelhos eletrônicos e de comunicações, e produtos de metal, mas em fevereiro houve demissões em todos os ramos pesquisados pelo IBGE.
"A gente tem uma expectativa de uma recuperação mais tímida no ano que vem e mais pronunciada a partir de 2017. Daí a importância dos ajustes deste ano serem rápidos, para os efeitos negativos terminarem rapidamente para a gente fazer a transição logo para o período de retomada de expansão da economia", pontua o economista André Rebelo.