Edição do dia 17/04/2015

18/04/2015 00h28 - Atualizado em 18/04/2015 01h28

Todos os setores da indústria demitiram em fevereiro, diz IBGE

Resultado aprofundou crise que cortou 4% das vagas do setor em um ano.
Demissões na indústria são consequência direta de um cenário econômico.

Janaína LepriSão Paulo, SP

Em fevereiro, nenhum ramo da indústria escapou das consequências da economia mais fraca, e todos demitiram, segundo o IBGE. O resultado aprofundou uma crise que já cortou quase 4% das vagas do setor em um ano.

As demissões na indústria são consequência direta de um cenário econômico que não dá nenhum sinal de melhora. O crédito ficou caro, as vendas diminuíram, a produção também e começou a "sobrar" funcionário no chão de fábrica.

Um exemplo disso é a indústria automobilística. Se hoje as montadoras parassem totalmente, ainda haveria estoque para 46 dias de vendas. O economista André Rebelo, da FIESP, diz que a indústria não teve outra saída a não ser demitir.

"As multas contratuais, a rescisão é um custo pras empresas. E todo o custo de treinametno, adequação, de formação de mão de obra para empresa é perdido. E quando fazem, é porque não têm expectativa de retomada de vendas", aponta André Rebelo, economista da FIESP.

O emprego na indústria caiu 0,5% em fevereiro na comparação com janeiro, quando já tinha recuado 0,2%. Em relação a fevereiro do ano passado, a queda foi de 4,5%. No acumulado dos últimos 12 meses, o total de assalariados nas fábricas diminuiu 3,6%.

Os setores que mais demitiram foram meios de transporte, máquinas e aparelhos eletrônicos e de comunicações, e produtos de metal, mas em fevereiro houve demissões em todos os ramos pesquisados pelo IBGE.

"A gente tem uma expectativa de uma recuperação mais tímida no ano que vem e mais pronunciada a partir de 2017. Daí a importância dos ajustes deste ano serem rápidos, para os efeitos negativos terminarem rapidamente para a gente fazer a transição logo para o período de retomada de expansão da economia", pontua o economista André Rebelo.