RIO — Onze pessoas feridas e pelo menos três detidas, entre elas um policial do Batalhão de Grandes Eventos que recebeu voz de prisão de um oficial por ter jogado spray de pimenta no rosto de um idoso com um bebê no colo. A desocupação do prédio do Flamengo arrendado pelo Grupo EBX, do empresário Eike Batista, na Avenida Rui Barbosa foi tumultuada, e o clima só acalmou quando todos os invasores deixaram o edifício, por volta das 10h30m. Mas a novela pode não ter terminado. O grupo, que já havia tomado um imóvel da Cedae, resolveu acampar em uma praça no Aterro e avisou que procura um local para uma nova invasão.
A confusão para a retirada das famílias começou porque parte dos ocupantes decidiu resistir à ação policial e ateou fogo a papelões no segundo andar do prédio. Policiais do Batalhão de Choque invadiram o imóvel e houve confronto. Bombeiros apagaram os focos de incêndio.
Na madrugada anterior à reintegração de posse, uma das ocupantes, Fernanda da Silva Pessoa, de 34 anos, grávida de seis meses, deu à luz num dos banheiros do edifício. A mãe e o bebê passam bem.
— A criança caiu dentro do vaso sanitário — disse Andreia Pessoa, irmã de Fernanda.
No local, foram achados dois coquetéis molotov e um galão com uma substância ácida. O material foi apreendido pela polícia para análise.
Durante a operação, o administrador de empresas Marcelo Oliveira, de 57 anos, que passeava com seu cachorro, chamou os invasores de “vagabundos” e uma nova confusão teve início. Ele só conseguiu sair do local escoltado por policiais.
Segundo os organizadores da invasão, a prefeitura ofereceu 130 vagas em abrigos, que seriam insuficientes para abrigar as 260 pessoas que estavam no prédio. De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social, foram oferecidos três locais, sendo dois só para mulheres e crianças.
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