Na bronca, mas com a cabeça erguida. Assim estava o técnico Marcelo Oliveira, após a derrota de virada para o Atlético-MG, por 2 a 1, e a eliminação do Cruzeiro no Campeonato Mineiro (confira os principais lances do jogo no vídeo acima). O treinador celeste não poupou críticas ao árbitro Héber Roberto Lopes, mas destacou a atuação da equipe que, segundo ele, não deixou de lutar até o último minuto. Marcelo disse ser "questão de honra" vencer o Universitario Sucre, terça-feira, no Mineirão, pela Libertadores, para se classificar às oitavas de final da competição.
O
técnico do Cruzeiro destacou um ponto positivo e outro negativo na
derrota no segundo jogo da
semifinal do Campeonato
Mineiro. O lado positivo,
para o treinador, foi a forma como o time se portou em campo, com muita
luta e entrega, abrindo o placar e criando outras chances de gol.
- Foi um jogo equilibrado, contra um Atlético-MG, que é um ótimo time. Eles têm um grande artilheiro (Lucas Pratto), grande reforço. Nós estamos nos
refazendo. Jogadores se machucaram. Hoje mesmo, eu tive que tirar o
Alisson, que estava com a perna dolorida. O Cruzeiro fez primeiro, mesmo não precisando
da vitória, ainda teve outras oportunidades de ampliar. Com um pouquinho mais de
tranquilidade, menos ansiedade e poder de decisão, teríamos feito o
segundo. E o adversário foi mais efetivo, talvez
não com tantas oportunidades, mas foi mais efetivo quando chegou.
O lado negativo destacado pelo treinador ficou por conta da
atuação do árbitro Héber Roberto Lopes, que tinha desagradado Marcelo
Oliveira em um clássico no ano passado, pela quarta rodada do
Campeonato Brasileiro, quando a Raposa foi derrotada,
pelo mesmo placar, e também de virada, para o maior rival, mas no
Independência. O técnico considerou a atuação de juiz como grande parcela para o tropeço da Raposa, principalmente no lance em que Edcarlos acertou um chute no rosto de Leandro Damião.
- Foi decisivo, sim. Inclusive o árbitro reserva, Luiz Flávio de
Oliveira, disse que falou com ele (Héber Roberto Lopes), que houve chute no rosto do jogador (Leandro Damião), que
deveria ser marcada a falta e ser expulso (Edcarlos).
E ele não fez nada. Foi decisivo, porque o gol saiu depois. Se
sai o zagueiro do adversário, o Levir teria que fazer a substituição
para recompor a defesa e, talvez, eles não teriam um jogador lá na
frente livre. Foi decisivo, sim. E, mais uma vez, fomos
prejudicados por esse arbitro, sim, por esse árbitro aí.
Marcelo explica que gostou da forma como o time encarou o duelo deste
domingo, contra o Atlético-MG, já que os jogadores atuaram com
disposição e buscaram o gol, mesmo precisando do empate para avançar à
final. Além disso, diz que a conversa com os atletas,
após o clássico, foi no sentido de dizer que o Cruzeiro vai com tudo
para o jogo de terça-feira, contra o Universitario Sucre, no Mineirão. O
time celeste precisa vencer para avançar às oitavas de final da
Libertadores.
- Eu ficaria muito chateado se chegasse ao vestiário e tivesse que falar
do time passivo, que não lutou, que não criou, que não tentou de todas
as formas a classificação, que fez a bobagem de ter um jogador expulso
naquele momento. Não foi assim. O Cruzeiro
lutou, criou oportunidades, tivemos convicção na escalação e não abro
mão disso. No dia que acharem errado, não tem problema nenhum. E também
falei que é questão de honra fazer um jogo forte aqui (contra o
Universitario Sucre), mesmo que o Arrascaeta não jogue,
que o Alisson não entre... Vamos muito fortes, é questão de honra, se
possível com a vitória convincente, com muita luta e empenho dos
jogadores.
Questionado sobre o futuro no clube e se teme ser substituído após a
queda no Mineiro para o maior rival, junto com uma possível eliminação na
Libertadores, Marcelo lembrou
o discurso de parceria entre diretoria, comissão técnica e jogadores,
que foi utilizado anteriormente, após os títulos que a Raposa conquistou
nos últimos dois anos, para mostrar que não teme ser demitido.
- Em relação ao trabalho, ganhamos dois Brasileiros de forma
brilhante, fizemos um novo time naquela oportunidade e ganhamos um
Mineiro invicto. Após a comemoração, ficamos dizendo que era um
trabalho conjunto, diretoria, comissão e jogadores.
Agora, penso que é da mesma forma. Embora no futebol brasileiro, pela
cultura, recaia sobre o treinador. Estou otimista do que estou fazendo,
colocando um time ofensivo para frente. Estou pronto para receber
qualquer tipo de crítica. Não temo nada. Aliás,
não tenho apego a emprego, mas sim ao trabalho. Sou honesto, leal e faço
o melhor trabalho. Fico aborrecido quando vazam lances do Cruzeiro no
Mineirão. Quando faz treino fechado, não ganha jogo. Na Europa, é
fechado para todo mundo, principalmente quando você quer fazer
um tipo de jogada e criar uma situação própria para o jogo. Estou aqui para trabalhar de forma honesta, correta.
Embora recaia sobre o treinador, estou preparado para qualquer situação,
melhorar o time e para classificar o time na terça,
com toda confiança e otimismo.