O presidente da Associação de Futebol da Inglaterra (FA),
Greg Dyke, devolveu o polêmico relógio que ganhou da CBF antes da Copa do Mundo,
informou a "Agência Reuters" nesta terça-feira. Avaliado em US$ 23.814 (R$ 74.635 na cotação atual),
segundo investigação do Comitê de Ética da Fifa, o relógio Parmigiani entrou no
centro de uma polêmica após 65 dirigentes internacionais serem presentados com
o modelo. Inicialmente, ele se mostrou resistente, assim como outros cartolas, mas
acabou devolvendo.
- O senhor Greg Dyke devolveu o relógio Parmigiani da CBF.
Como resultado, a câmara adjudicatória decidiu encerrar os procedimentos com
respeito a uma possível violação do Código de Ética da Fifa - informou a câmara
adjudicatória do Comitê de Ética da Fifa em um comunicado nesta terça-feira
Antes de devolvê-lo, Dyke disse que não tinha noção do valor
e sequer usou o relógio. Entretanto, alegou que propôs doá-lo a uma instituição
de caridade ao ser informado que o presente violaria os regulamentos de ética
da Fifa.
- Ele ficou em uma sacola no escritório que tenho em casa
desde que voltei da Copa do Mundo. Recebemos muitas sacolas de presentes em
visitas oficiais, e para se sincero quase nunca olho nenhuma delas – disse o
dirigente, há cerca de um mês.
Dyke, assim como outros dirigentes de confederações,
recebeu o presente após participar do Congresso da Fifa realizado em São Paulo.
A CBF distribuiu 65 sacolas como comemoração pela organização da Copa, e um dos
brindes era um relógio da marca Parmigiani, patrocinadora da CBF. A
confederação brasileira alegou que pagou US$ 8.750 (R$ 20.500,00) por cada um.
Segundo a investigação do Comitê de Ética, o relógio tem valor de mercado
avaliado em R$ 62.500.
Diante disso, a Fifa orientou inicialmente que os
relógios fossem devolvidos pelos dirigentes até 24 de outubro do ano passado,
para que fossem doados, em parceria com a CBF, a uma ONG que realiza trabalhos
sociais no Brasil. A entidade alegou que seu Comitê de Ética proíbe presentes
deste tipo. "Dirigentes de futebol não podem aceitar presentes que tenham
mais do que um 'valor simbólico'", segundo código da entidade. A Fifa diz
ainda que "a CBF não deveria ter oferecido os relógios" e que quem
recebeu deveria ter avisado imediatamente o Comitê de Ética.