Rio WhatsApp

WhatsApp do GLOBO transforma leitores em coprodutores da notícia

Aplicativo torna mais ágil o envio, pelo celular, de fotos, vídeos e textos para o jornal

Parte da equipe que vai receber as informações pelo aplicativo
Foto: Domingos Peixoto / Domingos Peixoto
Parte da equipe que vai receber as informações pelo aplicativo Foto: Domingos Peixoto / Domingos Peixoto

RIO - Seria só mais uma missa de domingo na Paróquia Nossa Senhora da Paz, em Ipanema. Mas a tranquilidade da tarde daquele dia 17 de agosto de 2014 foi interrompida por um homem que invadiu a igreja e fez um fiel refém. Em pouco tempo, a movimentação de policiais militares na Rua Visconde de Pirajá chamou a atenção de moradores como o engenheiro civil José Conde, de 55 anos. Assim que percebeu o tumulto, ele saiu de casa munido de uma máquina fotográfica. Movido pelo impulso de registrar a cena, entrou na igreja e clicou o criminoso no momento em que ele apontava uma arma para a cabeça do refém. A imagem foi feita em primeira mão e vista por quase 66 mil internautas, que acessaram a reportagem no site do GLOBO naquele domingo.

CONHEÇA OS TERMOS DE USO DO WHATSAPP DA EDITORIA RIO

Na ocasião, José Conde usou o e-mail para enviar a foto, mas, a partir desta segunda, contará com uma ferramenta mais ágil para colaborar com o conteúdo do jornal: o WhatsApp, aplicativo de mensagens gratuitas por celular. Vídeos e textos também poderão ser enviados.

— Quando eu entrei na igreja, vi o rapaz com a arma e não pensei duas vezes: tirei a foto. Fui para casa e mandei logo a imagem para O GLOBO, porque quando só você tem aquele registro é estimulante poder compartilhá-lo. Agora, com o WhatsApp, qualquer um tem a possibilidade de poder mostrar algo que está acontecendo na hora, seja um vazamento de água ou um crime — diz o leitor, que já pensa em trocar de celular para poder contribuir ainda mais com o conteúdo do jornal. — Meu aparelho é velho, mas já vou providenciar um novo, mais moderno, para instalar o WhatsApp e mandar fotos para O GLOBO.

FOLIÕES MANDARAM FOTOS E VÍDEOS DURANTE O CARNAVAL

A experiência com o aplicativo já foi testada com sucesso no carnaval deste ano. Para participar, é preciso ter o WhatsApp instalado no celular e adicionar o número (21) 99999-9110 à agenda de contatos. Sempre que estiver diante de uma notícia, o leitor poderá enviá-la ao jornal. A equipe de repórteres que fica no centro de operações da prefeitura vai receber as mensagens e selecionar o material que será transformado em reportagens. O contato deve ser feito, exclusivamente, por mensagens, e as colaborações não são remuneradas. Não será aproveitado o material produzido por terceiros: o conteúdo enviado deve ser próprio e o leitor precisa ter autorização dos retratados (no caso de fotos e vídeos).

A nova ferramenta se soma a outras plataformas de interatividade do GLOBO, como o Facebook, o Twitter, o Google Plus, o Instagram e o e-mail da seção de cartas (cartas@ oglobo.com.br ), além dos endereços eletrônicos das editorias, dos repórteres e colunistas.

‘COPRODUTOR DA NOTÍCIA’

Vinícius Andrade Pereira, professor da Faculdade de Comunicação Social da Uerj e diretor do ESPM Media Lab, destaca que, com tantas ferramentas de interatividade, o leitor tem, cada vez mais, a possibilidade de fazer sua voz ser ouvida e divulgada num veículo de comunicação de grande circulação.

— É a ideia de incorporar o público a um jornalismo cidadão, baseado num conteúdo compartilhado. O público deixa de ser apenas consumidor para ser coprodutor da notícia, chamando a atenção para algo que está acontecendo. Assim, ele está ampliando, de alguma maneira, a sua voz. O WhatsApp se tornou mais um canal para o público fazer valer sua questão, repercuti-la e, muitas vezes, ver um problema resolvido. Esse é o maior motivador da participação — afirma o professor.

Professora do Departamento de Comunicação da PUC-Rio, Adriana Braga dá ênfase ao aspecto social do uso das novas tecnologias na produção jornalística:

— É louvável a iniciativa do jornal em abrir mais este canal de comunicação.