04/11/2014 11h54 - Atualizado em 04/11/2014 22h01

Aluna agride colega em escola e faz ameaça: 'Da próxima vez vai ser pior'

Agressão aconteceu durante o intervalo das aulas em Piedade, SP.
'Minha filha nem reagiu', diz mãe da vítima.

Jomar BelliniDo G1 Sorocaba e Jundiaí

Uma estudante de 14 anos foi agredida dentro de uma sala de aula da Escola Estadual Professora Maria Ignes Araujo Paula Santos, na Vila Moraes, em Piedade. O caso aconteceu no dia 29 de outubro, mas apenas nesta segunda-feira (3) a mãe da vítima procurou a polícia e registrou o boletim de ocorrência. A agressão foi filmada por outro estudante que não teve a identidade divulgada e está sendo compartilhada por meio de aplicativos de celular entre os alunos. (Veja o vídeo acima)

No vídeo é possível ver que a agressora se aproxima da vítima enquanto ela está sentada e começa a discutir. "Todo mundo tá falando que você falou mal meu [sic]. Ontem uma menina chegou e falou que você não tem medo de bater em mim. Vem bater então. Vem bater então", diz.

A outra menina tenta argumentar, mas logo em seguida a agressora a segura pelos cabelos, e a derruba da cadeira.

Estudante agride menina de 14 anos dentro de escola em Piedade (Foto: Reprodução)Estudante agride menina de 14 anos dentro de
escola em Piedade (Foto: Reprodução)

A vítima recebe socos e tapas no rosto, enquanto afirma várias vezes que não falou mal da colega. Antes de voltar para o lugar, a agressora ainda faz uma ameaça: "Da próxima vez vai ser pior".

De acordo com o boletim de ocorrência registrado pela mãe, os estudantes estavam em horário de intervalo e a vítima estaria fazendo lição quando a agressora começou a discussão. “Ela começou a falar que eu estava falando mal dela, mas eu nem converso com a menina”, diz a vítima em entrevista ao G1.

Quando o professor aparece na gravação, a briga já tinha terminado. “Ele chegou na sala, viu a menina me batendo e disse para ela parar, mas não fez nada. Eu saí correndo para a sala da diretora. Estava muito nervosa então não voltei para a sala de aula”, conta.

Segundo a mãe da vítima, ela não teve ferimentos aparentes. “Quando fiquei sabendo da agressão achei que fosse um tapa, mas quando recebemos o vídeo alguns dias depois pelo celular eu fiquei desesperada e comecei a chorar. A minha filha nem reagiu”, afirmou ao G1.

A mãe da vítima, que trabalha como auxiliar de limpeza, defende a versão da filha, que nega que tenha falado mal da estudante que a agrediu. “Nós morávamos em Sorocaba(SP) e nos mudamos para Piedade em maio. Ela é nova na escola”.

Medo
A auxiliar agora diz que espera uma punição para a agressora. “Fora o constrangimento, a moral da minha filha está baixa, ela não quer ir mais para a escola porque está com medo. Eu prefiro que ela perca o ano do que perca a vida, porque no fim do vídeo ela [a estudante agressora] ainda faz ameaças.”

A mãe esteve na delegacia, onde foi registrado ato infracional. Nos próximos dias o caso será encaminhado para a Vara da Infância e da Juventude. A menina acusada das agressões não foi encontrada para comentar o vídeo.

Em nota, a Diretoria Regional de Ensino de Votorantim afirmou que “repudia qualquer ato de violência”. Diz também que um supervisor de ensino foi designado para acompanhar o caso e “averiguar a conduta da direção da unidade, assim como os responsáveis e as alunas foram convocados para uma reunião. O Conselho Escolar irá decidir com base no regimento interno da escola a punição para a estudante agressora”.

A nota também informa que a unidade conta com o professor-mediador, profissional presente na rede estadual de ensino capacitado para identificar vulnerabilidades e traçar estratégias preventivas aos conflitos.

Em setembro, um caso semelhante dentro de uma escola na zona norte de Sorocaba (SP) mobilizou a região. A estudante Júlia Apocalipse, de 13 anos, sofreu várias lesões e perdeu dois dentes depois que apanhou de uma jovem de 16 anos na escola estadual Hélio Del Cistia, no Jardim São Guilherme. A adolescente passou por tratamento dentário e atualmente, segundo a Secretaria Estadual de Educação, ela recebe atendimento pedagógico em casa.

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