Líder invicto da Superliga, com 16 vitórias, o Rio de Janeiro
inicia nesta quarta-feira sua trajetória no Sul-Americano de Clubes, competição
que foi campeão uma única vez, em 2013, e que dá uma vaga ao Mundial de
Zurique, no próximo mês de maio. Favorito para vencer os três jogos do grupo B,
a equipe carioca se prepara para buscar o bi no domingo, muito provavelmente
contra o anfitrião Osasco, maior vencedor do torneio com quatro canecos, que está na outra chave. A
disparidade de títulos entre os rivais é tamanha por um problema cronológico resolvido pela
Federação Internacional de Voleibol (FIVB) nesta temporada.
Ao contrário do que
se vê em 2015, a “Libertadores da América” do vôlei costumava ser realizada no
meio do ano, data em que as principais jogadoras do país estão cedidas à
seleção. Sem ter uma equipe de base, o atual bicampeão brasileiro
consecutivamente teve que abdicar de participar da edição de 2011 por falta de
elenco, cedendo sua vaga ao arquirrival, que acabou vencendo e mais tarde ficando
com o terceiro posto de melhor do mundo.
- Havia certa incoerência em relação ao calendário. Como é
que você estava em uma data com a seleção, depois com os clubes, daí voltava
pra seleção? Era meio confuso. Com esse calendário mais definido, quando de
novembro a maio é o calendário dos clubes, fica mais fácil de organizar as
competições, os times ficam completos, sem nenhuma baixa. Se você ganha uma
vaga numa competição com um time e um mês depois tem que jogar com outro, fica
um pouco complicado. Esses acertos que foram feitos pros clubes e pros atletas
valorizaram bastante as competições e você consegue disputar todas essas
previstas dentro do calendário – elogiou a libero Fabi.
Mas também há novidade que incomodou as cariocas. A partir
deste Sul-Americano, fica proibido de a atleta tocar na rede,
independentemente, de qual parte seja (anteriormente podia tocar em qualquer
lugar abaixo da fita). Ainda sem entrar em vigor na edição atual da Superliga,
a adaptação terá que ser feita durante os cinco dias de disputa do campeonato continental.
- Está sendo a coisa mais difícil até agora. A gente já se
acostumou no levantamento, bloqueio, ataque, e é uma coisa que o Bernardo está
cobrando da gente todos os dias, e estamos tentando arrumar para não tocar, mas
está difícil de acostumar. Vamos trabalhar em Osasco. Não gostamos desta regra
(nova) em cima da hora, até por jogarmos uma Superliga onde pode. Mas, faz
parte. Tenho certeza de que as equipes vão sentir essas dificuldades – lamentou a
ponteira Gabi.
Durante o treino na manhã desta terça-feira, no bairro da
Urca, último em solo carioca antes da viagem à cidade paulista, Bernardinho orientou bastante as situações
de seu bloqueio e defesa, sempre enfatizando a nova regra, às vezes, arrancando
sorrisos das comandadas, que se esqueciam do "detalhe".
- Putz, nem fala (risos). É uma coisa muito complicada. Não quero
nem ver quantos pontos vão acontecer de toques na rede, vou fechar os olhos. Essas
regras que ficam mudando são complicadas pra gente porque têm que passar
por uma fase de adaptação. O próprio Bernardo fica no treino pedindo para nos
ligarmos, que não pode mais rede, e nós parecemos uns peixinhos pendurados nela.
Não sei quem quis mudar isso, mas temos que acatar para não sairmos prejudicadas –
completou Natália.
O Rio de Janeiro estreia contra as venezuelanas do Aragua, às 21h30m. Os dois primeiros colocados do grupo com quatro times avançam à semifinal. O SporTV transmite ao vivo a competição. Os assinantes do canal podem assistir aos jogos também pelo SporTV Play.