A Biblioteca fica localizada no Centro de Maceió e já está em funcionamento (Foto: Jonathan Lins/G1)A Biblioteca Pública de Alagoas, reinaugurada em novembro do ano passado, atende diariamente a uma média de 40 pessoas, número muito abaixo de sua capacidade real, que é de mil visitantes rotativos por dia. O local esteve fechado por 4 anos, desde novembro de 2010.
Segundo a diretora da biblioteca, Almiraci Dantas dos Santos, um dos motivos para a baixa frequência do local é a falta de informação sobre a reabertura. “Muita gente não sabe que reinaugurou, não sabe do que se trata ou simplesmente não sabe da existência de um espaço como este”, afirma Almiraci.
Além da consulta ao acervo, o público tem à disposição espaços multimídias, dois telecentros, vários espaços de leitura - um deles com brinquedos e livros dedicados a bebês de até dois anos, gibiteca, acervo em braile e também uma extensa coleção de títulos alagoanos e literatura brasileira.
No acervo é possível encontrar algumas obras raras, como o livro mais antigo na biblioteca, datado de 1778, todos os diários oficiais publicados desde 1900, além de jornais do século passado.
O acesso à biblioteca é gratuito e o local funciona de segunda à sexta-feira, das 9h às 17 horas. Nos fins de semana Maceió deixa de ter o espaço como uma alternativa cultural.
Frequentador assíduo da biblioteca observa jornaisda década de 50 (Foto: Shade Andréa/G1)
Apesar da baixa quantidade de visitantes, o espaço conta com frequentadores fiéis. É o caso do aposentado Geraldo Nobre.
Ele sai todos os dias do bairro do Graciliano Ramos, parte alta de Maceió, para ler jornais antigos, pelos quais tem paixão.
Outro frequentador assíduo é Maurício Francisco da Silva, 30, que aproveita o espaço multimídia para estudar para concursos, assistindo a videoaulas na internet. “Eu já conhecia a biblioteca, mas adorei o que fizeram com o espaço quando reabriu. Gosto de vir aqui pela tranquilidade do local e pela facilidade de acesso à internet”, declara.
Segundo Francisco Vicente Ferreira, um dos curadores da Biblioteca, há ainda cerca de 25 mil publicações que estão sendo catalogadas e em breve estarão disponíveis ao público.
O espaço abriga também uma centena de obras de arte e uma instalação em homenagem ao escritor Graciliano Ramos, onde é possível ouvir alguns trechos dos livros dele, assistir a um documentário e conhecer mais da vida do autor.
Alexandre de Oliveira visitou o local em busca de informações históricas (Foto: Shade Andréa/G1)
Inaugurada no dia 25 de junho de 1885, no Palacete Barão de Jaraguá, localizado no centro de Maceió, e com um acervo de 93 mil livros, a biblioteca recebia constantes visitas de estudantes e pesquisadores. Tanto pelo acervo, quanto pelos aspectos históricos e arquitetônicos do prédio.
Foi em busca desta história que Alexandre Santos de Oliveira, 34, procurou o espaço. A intenção era conhecer o local que abrigou Dom Pedro II em sua passagem pelo Brasil.
“Tenho muito interesse em coisas do século 19 e vir aqui e ver a arquitetura do local preservada é bastante satisfatório, mas gostaria de ver os móveis originais e saber mais sobre os espaços”, diz Oliveira.
Com este legado, a biblioteca pública representa uma alternativa cultural, gratuita e acessível a todos os cidadãos. Cabe então aos maceioenses - e por que não aos turistas também? - a apropriação do local.
Serviço:
Biblioteca Pública Estadual Graciliano Ramos
Endereço: Praça Dom Pedro I, Centro, em frente a Catedral Metropolitana.
Horário de funcionamento: de segunda-feira à sexta-feira, de 9h às 17hs.
Agendamento de visitas de grupos turísticos e turmas escolares: (82) 3315-7877
* Shade Andréa Cavalcante, sob supervisão
