Enquanto sonha com a conquista do segundo título da Taça
Libertadores, o Corinthians está de olho no departamento financeiro. Homem de confiança do
presidente Roberto de Andrade, o superintendente de futebol Andrés Sanchez
admite que terá de cortar alguns dos maiores salários do elenco para conseguir
equilibrar as contas novamente. Ele acredita que o clube precisará de um ano
para se organizar financeiramente.
– Vamos baixar salário, tirar jogador que ganha muito. Mas não podemos mexer
nada agora (por causa da Libertadores). No máximo, reforçar. O Corinthians é
uma cidade, tem de fazer uma reformulação administrativa para entrar no eixo novamente
– disse Sanchez em entrevista à Rádio Globo.
Enquadram-se nisso os dois atacantes titulares. Emerson e Guerrero, com salários próximos aos R$ 500 mil, ficam sem contrato no meio do ano e estão com o futuro incerto. O Timão quer renovar com o peruano, mas descarta fazer loucuras, como pagar os R$ 18 milhões de luvas que ele exige. O caso de Sheik será analisado pela comissão técnica e diretoria.
O Timão ganhou um respiro neste início de 2015 com a venda de Lodeiro para o
Boca Juniors por cerca de R$ 7 milhões. O clube embolsaria outros R$ 4 milhões
com a ida de Jadson para um clube chinês, mas o jogador optou por permanecer no
Brasil e frustrou a expectativa da direção de receber mais dinheiro.
Outros jogadores devem sair na abertura da janela de transferências
da Europa, marcada para julho. O mais cotado é o zagueiro Gil, na mira de
Wolfsburg, da Alemanha, e Liverpool, da Inglaterra. O garoto Malcom, grande
aposta da base nos últimos anos, também surge como um forte candidato a sair.
O Corinthians vem sofrendo desde o ano passado para manter
suas contas em dia. Alguns jogadores estão sem receber os direitos de imagem. O
clube também recorreu no fim de 2014 a empréstimos para pagar encargos
trabalhistas de funcionários. Um montante de R$ 2 milhões foi obtido com o
empresário Carlos Leite.
– Todo
dinheiro do estádio vai para o fundo. Vamos arrecadar R$ 150 milhões com o
estádio, mas vai para o fundo. Daqui oito ou dez anos, quando pagarmos, todo
mundo vai ficar preocupado – afirmou Sanchez.