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Jogo rápido e show de Gabriel Jesus: como o Palmeiras eliminou o Cruzeiro

Garoto de 18 anos ganha chance como titular, faz dois gols e comanda vitória do Verdão no jogo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil

Por São Paulo

Gabriel Jesus não era esperado como titular do Palmeiras nesta quarta-feira. O técnico Marcelo Oliveira fechou os treinos da equipe antes do jogo decisivo contra o Cruzeiro e decidiu testar o garoto de 18 anos aberto no ataque alviverde, para aumentar a velocidade do setor. Que grande acerto do comandante! O jovem atacante deu belíssima assistência e marcou duas vezes na vitória por 3 a 2 no estádio do Mineirão, assegurando a vaga nas quartas de final da Copa do Brasil para o Verdão.

Mudanças de Marcelo Oliveira deram certo no Palmeiras nesta quarta (Foto: Arte Esporte)Mudanças de Marcelo Oliveira deram certo no Palmeiras nesta quarta: time teve Gabriel Jesus como titular


O Palmeiras fez um primeiro tempo avassalador. Abriu 3 a 0, diante de um Cruzeiro prejudicado por uma defesa lenta, e fez valer as mudanças no esquema tático: Amaral jogou como primeiro volante, à frente da zaga, com Zé Roberto e Robinho abertos, mas ajudando muito na marcação. Lucas Barrios foi a referência no ataque, municiado por Dudu e Gabriel Jesus. A acomodação com o resultado favorável fez com que o time mineiro diminuísse a vantagem alviverde, mas a vaga na fase seguinte veio de forma justa: com erros a serem corrigidos, mas com vitórias dentro e fora de casa.  

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MUDANÇAS DE EFEITO

 


As mudanças de Marcelo Oliveira surtiram efeito no esquema tático do Palmeiras desde o início do jogo. Com uma linha de marcação composta por Zé Roberto, Amaral e Robinho como volantes, o Verdão precisou de apenas oito minutos para abrir o placar e frustrar a torcida do Cruzeiro. Foi a quarta vez consecutiva que a equipe marcou antes dos 10 do primeiro tempo: havia sido assim nos triunfos sobre Flamengo e o próprio Cruzeiro, e também na derrota para o Atlético-MG. Uma bela jogada iniciada por Dudu, arrematada por Gabriel Jesus e finalizada por Lucas Barrios – que já havia dado uma assistência no confronto de ida. 

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vantagem numérica

 


O ritmo lento da zaga da Raposa facilitou o trabalho para o Palmeiras. Embora os donos da casa tenham reagido, e parado em boas defesas de Fernando Prass, o Verdão encontrou caminho aberto para aumentar a vantagem. Gabriel Jesus aproveitou vacilo da zaga adversária e foi derrubado na entrada da área por Bruno Rodrigo – último homem da marcação celeste. O árbitro expulsou o defensor cruzeirense no lance.

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jogo rápido

 


Joia da base palmeirense, autor de 37 gols em 22 jogos pelo sub-17 do Verdão no ano passado, Gabriel Jesus viveu uma noite dos sonhos no Mineirão. Em belíssima tabela com Egídio, o atacante se infiltrou entre Ceará e Paulo André para fazer o segundo do Verdão. Se com 11 em campo o Cruzeiro já dava espaços excessivos na zaga, em desvantagem numérica o time mineiro perdeu o equilíbrio que lhe restava.

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gol de placa

 


Entre protestos contra o técnico Vanderlei Luxemburgo e o diretor de futebol Isaías Tinoco, a torcida do Cruzeiro ainda teve de assistir a uma pintura de Gabriel Jesus. Após deixar o zagueiro Paulo André na saudade, o garoto gingou na frente de Fábio e empurrou a bola para o gol vazio. Um golaço. O terceiro do Palmeiras – o que forçaria a Raposa a marcar cinco gols para ficar com a vaga nas quartas de final.

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VANTAGEM E ACOMODAÇÃO


Mesmo com as características limitações na troca de passes, o Verdão criou chances para ir para o intervalo com um placar ainda mais favorável. O sistema tático funcionava muito bem: João Pedro tinha liberdade para avançar, Dudu voltava para ajudar na marcação, Barrios abria espaços na defesa cruzeirense...

Apostando nos contra-ataques, o Cruzeiro encontrou uma brecha, ainda no agitado primeiro tempo, para fazer seu gol de honra. Fernando Prass defendeu o primeiro chute, cara a cara, mas não conseguiu evitar a bola na rede após o rebote.

 





O Palmeiras voltou para o segundo tempo com Andrei Girotto na vaga de Amaral - que havia recebido cartão amarelo no primeiro tempo. Manteve o esquema tático diante de um Cruzeiro que ainda buscava arrumar sua defesa, com o zagueiro Manoel substituindo o lateral Ceará. A diminuição no ritmo alviverde foi inevitável: com o placar confortável, o Verdão deixou de se arriscar no ataque e adotou um ritmo bem mais cadenciado, baseado na experiência do capitão Zé Roberto. 

Tranquilo, à espera de uma brecha, o time de Marcelo Oliveira relaxou demais. Passou a dar espaços para a criação cruzeirense. Em uma tabela de Arrascaeta com Alisson, João Pedro perdeu o tempo da marcação e derrubou o atacante celeste. O próprio Alisson converteu, diminuindo a diferença.

 









João Pedro, que no primeiro tempo, também havia cometido falta no auxiliar Marcelo Bertanha Barison...

 









O Palmeiras não passou sufoco em nenhum momento da partida. Pelo contrário: abriu espaços para testes, como a entrada do argentino Mouche, afastado da equipe desde janeiro por conta de uma grave lesão, na vaga de Zé Roberto. Por outro lado, no segundo tempo, não conseguiu mais prender a bola no ataque, e saiu com o fato de ter sofrido dois gols com um homem a mais em campo como lado negativo do duelo. 

Com as quartas de final previstas para os dias 23 e 30 de setembro, o Palmeiras terá tempo de voltar seu foco única e exclusivamente para o Campeonato Brasileiro. Na quinta colocação, o Verdão tenta voltar ao G-4 e se firmar de vez na briga por uma vaga na Libertadores.