Edição do dia 26/04/2015

26/04/2015 21h50 - Atualizado em 27/04/2015 19h14

Família de velejadores passa pela Antártica na volta ao mundo

No sétimo mês do 'Expedição Oriente', a família Schurmann enfrenta condições extremas na Antártica a bordo do veleiro Kat.

Navegar quase sempre é preciso, quase sempre tem precisão. Precisão calculada e recalculada em cada manobra. A tripulação do veleiro Kat teve que estudar muito as condições do mar entre a América do Sul e a Antártica.

“É muito vento, e aí, com as ondas, muito barcos naufragaram”, diz Vilfredo Schurmann, capitão do barco.

“Pegamos esse mar assim, mas num estalar de dedo pode mudar”, diz a escritora Heloísa Schurmann.

De madrugada, mudou. Todo mundo de cinto de segurança!

“Mais de 150, 160 km/h de vento. Ele acelera na montanha e vem com tudo. Não dura muito, alguns segundos, mas ele vem numa pancada. Está chegando um aí, às vezes você fica quase voando. Um pouco mais, tem que andar no deck se arrastando”, explica Wilhelm Schurmann, tripulante do barco.

A família Schurmann estava bem no meio de uma aventura que dá medo em velejadores do mundo inteiro. Os oceanos Atlântico e Pacífico se encontram no Estreito de Drake. E a massa d'água fica se debatendo entre os dois continentes.

“A gente tem que usar isso aqui para não cair da cama. Eu tenho, o Pedro também tem. O barco realmente balança muito”, diz Emanuel Schurmann, tripulante do barco.

Foram três dias para atravessar os 800 quilômetros até a Antártica.

“Cinco graus abaixo de zero. A gente tem que estar bem preparada. Eu me senti que nem criança quando vê pela primeira vez a neve. Primeira vez, neve em cima do barco. Então, Antártica é um novo mundo pra gente”, diz Heloisa.

A família Schurmann já tinha dado duas voltas ao mundo, mas nunca tinha pisado na Antártica. A entrada do continente foi pela Ilha Deception. Ela é a cratera de um vulcão quase todo submerso.
E o melhor da história: o vulcão é ativo! Os sinais de vida são a fumaça que sai do chão, e a temperatura da água, quentinha.

“Ah, que banhozinho bom!”, brinca Vilfredo.

A paisagem é linda, mas tem também um toque sinistro, como uma construção abandonada desde a Segunda Guerra Mundial. E um navio naufragado, antigamente usado para caçar baleias. Hoje, as baleias nadam livres por lá. Leões-marinhos e pinguins também aparecem para fazer sala. A casa é deles.

Mas a família Schurmann tem que seguir viagem. E a saída da Antártica é feita entre icebergs.

“O primeiro iceberg, a gente nunca esquece. Uma coisa maravilhosa, mas ao mesmo tempo assustadora”, diz Heloisa.

Próxima parada: Chile. A expedição volta rapidinho para a América do Sul antes de rumar de vez para o Oriente.

Shopping
    busca de produtoscompare preços de