04/03/2015 20h04 - Atualizado em 04/03/2015 20h58

Brasil reassume liderança em ranking mundial de juros reais

Banco Central subiu a taxa básica da economia para 12,75% ao ano.
Com isso, juros reais avançaram para 5,28% ao ano, segundo MoneYou.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília

Selic a 12,75% (Foto: Editoria de Arte/G1)

O Brasil reassumiu a liderança do ranking mundial de juros reais, segundo levantamento feito pela consultoria MoneYou. Nesta quarta-feira, o Banco Central promoveu o quarto aumento consecutivo nos juros básicos da economia, que subiram de 12,25% para 12,75% ao ano - o maior patamar em seis anos.

Em janeiro, logo após a reunião anterior do Comitê de Política Monetária do Banco Central, a economia brasileira ainda figurava na segunda colocação do ranking. Os juros reais são calculados após o abatimento da inflação prevista para os próximos 12 meses e são a principal forma de comparação entre os países.

De acordo com o estudo da consultoria MoneYou, o Brasil, após a nova alta promovida pelo BC, tem juros reais de 5,28% ao ano. Está bem acima do segundo  e terceiros colocados, a China e a Índia, que possuem juros reais de 3,18% e de 3,17% ao ano, respectivamente. Em quarto e quinto lugares, figuram Taiwan (1,47% ao ano) e Filipinas (0,97% ao ano). A taxa média de juros das 40 economias pesquisadas na confecção do ranking está negativa em 1% ao ano.

"O Brasil ocupa em todos os cenários o primeiro lugar do ranking como melhor pagador de juros reais do mundo, acima dos maiores pagadores nominais [sem o abatimento da inflação prevista para os próximos 12 meses] da atualidade, a Venezuela e a Argentina", diz o levantamento. De acordo com o MoneYou, somente um corte de dois pontos percentuais nos juros brasileiros tirariam o país da liderança do ranking de juros reais.

O Brasil é a uma das poucas economias emergentes que está subindo os juros. Nos últimos dias, tanto a China quanto a Índia promoveram cortes nos seus juros básicos. A Turquia também está promvendo redução em sua taxa de juros - em um momento de fraco nível de atividade na economia internacional.

O México cortou os juros em junho do ano passado e, desde então, a taxa está estável em 3% ao ano. Até mesmo a Rússia, que havia subido os juros fortemente para 17% ao ano no fim do ano passado, baixou sua taxa para 15% ao ano nos últimos dias de janeiro.

Segundo o site Moneyou, somente o Brasil e mais seis países apresentaram projeções de inflação mais forte, enquanto a maioria demonstrou forte queda devido ao preço internacional do barril do petróleo.

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