A
manhã desta sexta-feira foi de lavagem de roupa suja no São Paulo. Uma conversa de
aproximadamente 30 minutos antes do treino serviu para que
dirigentes, comissão técnica e jogadores debatessem a derrota por 2 a 0 para o
Corinthians, pela Taça Libertadores da América. Mais do que o resultado, o que
impressionou negativamente a todos no clube foi a postura da equipe, que
claramente ficou intimidada diante da pressão sofrida na Arena Corinthians.
O treino estava marcado para 9h30, mas os atletas só chegaram ao gramado às 10 horas. A entrada dos jornalistas no CT da Barra Funda só foi autorizada às 10h15.
Uma
pessoa ligada ao clube confirmou a conversa. Muricy Ramalho foi quem mais falou.
–
Há dois dias todos aqui estão tentando entender o que aconteceu diante do
Corinthians. Ganhar ou perder é do jogo, mas a postura mostrada é inexplicável.
Não houve vibração em nenhum momento. A conversa sempre ocorre quando necessária
– afirmou.
Durante
o papo, também foi deixado claro que o grupo e a comissão técnica estão
totalmente respaldados pela diretoria de futebol. Apesar da revolta da torcida
nas redes sociais com o fraco futebol apresentado pelo time, nada vai mudar.
O vice de futebol, Ataíde Gil Guerreiro, havia afirmado para a reportagem na
última quarta-feira que acreditava na recuperação da equipe.
–
Vamos nos classificar, não tenho dúvida. Não deu nada certo na
quarta-feira, mas não é hora de achar que tudo não presta. Temos bons
jogadores, um técnico competente. Na quarta nada deu certo – resumiu o
dirigente.
Com
o tropeço diante do Corinthians, a equipe comandada por Muricy Ramalho já vê o
duelo da próxima quarta-feira, contra o Danubio, no Morumbi, como fundamental
para suas pretensões na competição sul-americana. Isso porque Corinthians e San
Lorenzo, que venceram na primeira rodada, já têm três pontos e a meta é não
deixar ninguém disparar. Vale lembrar que, após encarar os uruguaios, o
Tricolor jogará novamente em casa, desta vez contra o San Lorenzo.
– A conversa sempre tem. Ou com o grupo, ou individual. Hoje foi em grupo. Quando acaba, a gente dá a palavra, mas hoje (sexta) ninguém quis falar. A gente sabe o que os jogadores estão sentindo. Estão tristes. Por isso, quis passar uma mensagem de força. Tem muita coisa para o ano. Nas grandes empresas, funciona assim. Você tem de ser cobrado para render. Aqui não é diferente. Somos amigos fora de campo, mas lá dentro precisa render – disse Muricy.