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Ilídio Lico entrega carta e renuncia ao cargo de presidente da Portuguesa

Cartola estava sendo pressionado a abandonar a função e já era alvo de um processo de impeachment no clube; vice Jorge Manuel Mendes Gonçalves assume o clube

Por São Paulo

Ilidio Lico Presidente Portuguesa (Foto: Marcos Ribolli)Ilidio Lico culpou "herança" e "vaidades" ao deixar cargo na Portuguesa (Foto: Marcos Ribolli)

Ilídio Lico cumpriu sua promessa e não é mais o presidente da Portuguesa. O Conselho Deliberativo já havia aberto um pedido de impeachment contra o mandatário, que, por sua vez, preferiu entregar o cargo após sofrer pressão de parte da diretoria e de conselheiros rubro-verdes. Assim como havia programado ao longo desta semana, compareceu ao Canindé na tarde desta sexta-feira e protocolou a carta para documentar sua renúncia.

Agora, o vice-presidente de finanças, Jorge Manuel Marques Gonçalves, assume até o final de 2016, quando terminaria o mandato de Lico. De acordo com o estatuto do clube, ele deve convocar novas eleições em 30 dias. Ele, adversário político de Ilídio, voltou recentemente de uma licença. Os outros vices também entregaram seus cargos.

Na carta, o agora ex-presidente culpa a "herança financeira" da diretoria anterior e "vaidades políticas e interesses pessoais".

– Como presidente da Portuguesa, ao invés de união, encontrei resistência e oposições que ao invés de lutar pela reconstrução da nossa querida Lusa, voltaram todas as suas forças para combater minha gestão, inviabilizando projetos de minha diretoria, acabando com minhas forças, comprometendo minha saúde e prejudicando nosso futuro – escreveu Ilídio Lico.

Relembre os principais momentos do mandato de Ilídio Lico na Lusa:

Início Conturbado
Com a promessa de renovar a Portuguesa, após nove anos de mandato de Manuel da Lupa, Ilídio Lico assumiu no início de 2014, e teve de enfrentar problemas dentro e fora de campo. A equipe do Canindé havia sido rebaixada à Série B do Campeonato Brasileiro após decisão do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), por causa da escalação irregular de Héverton, e ainda passava por uma série crise financeira.

Abandono de campo

Sem aceitar o rebaixamento, o clube rubro-verde foi à Justiça para tentar voltar à elite nacional, e acabou sofrendo prejuízo maiores. Na estreia da Série B, a Portuguesa entrou em campo para encarar o Joinville, mas, apoiada em uma liminar movida por um torcedor, a diretoria ordenou que os jogadores abandonassem o duelo. O episódio culminou na suspensão de Ilídio Lico, que não pôde exercer seu mandato por 240 dias.

Mudanças na diretoria
As atitudes da presidência ao longo da temporada 2013, na qual a Portuguesa foi rebaixada à Série C do Campeonato Brasileiro pela primeira vez na história, irritou aliados políticos de Ilídio. O vice-presidente Roberto dos Santos pediu desligamento no final de 2014, enquanto Fernando Gomes, diretor de futebol, foi afastado no cargo. A reação não teve efeito positivo, e fez com que o mandatário perdesse ainda mais apoio.

Agressão e impeachment
A situação de Ilídio Lico ficou insustentável no início de 2015. Em delicada situação financeira, e com o time na Série C, o presidente passou a ser pressionado por quase todos os setores da diretoria, e perdeu a cabeça em uma das reuniões do Conselho Deliberativo. Na reunião em que seria votada a abertura do processo de impeachment, o mandatário chegou a agredir o dirigente José Gonçalves Ribeiro, presidente do COF (Conselho de Orientação e Fiscalização).

Carta de renúncia do Ilídio Lico (Foto: Divulgação)Carta de renúncia de Ilídio Lico entregue ao Conselho Deliberativo da Portuguesa (Foto: Divulgação)