24/05/2015 18h45 - Atualizado em 24/05/2015 18h45

Safra da borracha aposta em alta produtividade no noroeste paulista

Chuvas ajudarão a proporcionar uma produção maior de látex na região.
Conab está oferecendo ajuda aos produtores de borracha.

Do G1 Rio Preto e Araçatuba

O período mais seco do ano começou há mais de um mês e, mesmo assim, ainda está chovendo no noroeste paulista. Esse desequilíbrio inesperado para a época tem sido muito positivo para alguma melhora no nível dos rios e reservatórios, para a qualidade do ar, e principalmente para o campo. Na região que mais produz borracha no Estado, a safra 2015 está em plena colheita, e com alta na produtividade.

Na época de pico de safra, que vai de abril até julho, o trabalho nos seringais começa mais cedo e dura mais tempo. Na propriedade de Vander Ruy, em Monte Aprazível (SP), são 13 mil pés em produção.  “Eu acho que essa safra vai ser bem melhor do que o ano passado em termos de produção. Na safra passada a gente produziu 85 mil quilos e essa da pra produzir 90, 92 mil quilos”,  comenta Ruy.

Ao contrário do ano passado, choveu mais nos meses de fevereiro e março, com isso, o solo conseguiu armazenar mais água, o que vai proporcionar uma produção maior de látex. “A planta precisa dessa reserva hídrica no solo, dessa chuva que nós tivemos pra aumentar a fluidez do látex, porque ela vai puxar essa água do solo com os nutrientes e transformar o látex, as folhas fazem a fotossíntese e transformam isso em látex com isso aumenta a produção no seringal”, explica o engenheiro agrônomo Gilson Pinheiro.

O produtor Nilson Troleis também está otimista com essa safra. Na propriedade dele, de 50 hectares, no mesmo município, são 20 mil arvores. A expectativa é colher 130 mil quilos de coágulo. “Eu acho que a partir de agora, nós podemos produzir mais em função das boas chuvas que tivemos, ter aí um aumento de 10 a 15%”, comenta Troleis.

O preço da borracha no Brasil segue o mercado internacional e a alta do dólar tem reflexos negativos para o mercado. O problema é que lá fora os preços pagos pela tonelada estão desvalorizados; é que a oferta tem sido maior que a procura. “Tivemos uma série de fatores que levaram o preço internacional nesse último ano a visitar aí um patamar em torno de $1400, $1600 dólares, um deles foi uma produção maior do que a demanda nos anos de 2012, 2013, que levaram então a um acúmulo de estoque e como toda Commodities com um acumulo de estoque e é natural que o preço caia funciona assim como um regulador do estoque mundial”, explica o conselheiro da Apabor, Diogo Esperanti

Desde outubro do ano passado, a Conab, por meio da política de preço mínimo, está oferecendo ajuda aos produtores de borracha. Nos estados em que os preços estiverem abaixo de R$ 2 por quilo, o governo paga a diferença. “Essa na verdade é o ponto principal que consegue fazer com que mesmo com as altas que a gente tem tido agora com o dólar o produtor ainda consiga buscar a cerca de R$0,50 junto ao governo pra apoiar a estabilidade da renda dele no campo”, aponta Esperanti.

Para o produtor Nilson Troleis, apesar de toda crise no mercado internacional, ainda vale a pena investir na borracha;  o custo de produção é baixo comparado com outras culturas. “Nós não temos investimentos com insumos, então temos uma melhora de preço, com o mesmo custo vamos dizer assim. Nas condições de hoje o produtor tem uma receita líquida de R$ 3 mil por hectariano, que se você olhar para o agronegócio é uma boa receita”, finaliza Troleis.

Desde outubro do ano passado, Conab oferece ajuda a produtores (Foto: Reprodução / TV TEM)Desde outubro do ano passado, Conab oferece ajuda a produtores (Foto: Reprodução / TV TEM)
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