Vitor Belfort fez escolinha de futebol, praticou tênis e virou lutador profissional de MMA. A habilidade demonstrada com as mãos, utilizadas para nocautear seus adversários, não é a mesma quando o assunto é basquete. Quem atesta é Zico, que viu de perto a performance do "Fenômeno" com a bola laranja.
O ex-jogador do Flamengo e da seleção brasileira recorda, em entrevista exclusiva ao Combate.com, o dia em que Belfort quebrou a cesta de basquete que havia em sua casa de Angra dos Reis (RJ).
- Uma vez ele tentou uma enterrada e quebrou tudo (risos). Achou que a cesta era da NBA e desceu com tudo. Isso aconteceu muitos anos atrás, em uma das primeiras vezes que retornou ao Brasil, já como lutador. Ele já era aquele monstrinho. Pensou que a cesta de casa era igual a de competição e enterrou com tudo. A preocupação era ter acontecido alguma coisa, ele poderia ter se cortado com os estilhaços, mas ainda bem que não ocorreu nada. A gente deu muita risada. Ele não precisou pagar nada, é da casa.
A diferença de idade entre Zico e Belfort é de 24 anos. O "Galinho de Quintino" foi seu professor no Nova Geração, equipe de divisões de base criada pelo ex-jogador. O porte físico de Vitor Belfort, à época com 13 anos, despertava a atenção.
- O Vitor sempre teve facilidade com o esporte, o grande problema é que na época ele tinha físico avantajado e quando íamos jogar os adversários sempre achavam que ele era "gato". Eu falava para ele: "Cuidado com os garotos. E afaste a bola para onde o nariz aponta, menos quando for a direção do seu próprio gol". Zagueiro tem que tirar a bola do perigo. O físico avantajado era notório. O pai do Vitor tem uma composição física boa, era atleta, ele seguiu o mesmo caminho. Lógico que quando foi para a luta, aumentou a massa muscular pelos exercício, mas já tinha físico avantajado.
A agenda atarefada de Zico, e o crescimento de Belfort trataram de afastar - naturalmente - os dois. Thiago, um dos filhos de Zico, porém, manteve os laços estreitos e, após alguns anos, o ídolo rubro-negro ficou sabendo do status que o então zagueiro do Nova Geração havia alcançado nas artes marciais.
- Fui saber que ele estava na luta alguns anos depois, não tinha a menor ideia de que ele estava lutando, era ídolo fora do país e, lógico, ralou muito para chegar onde chegou. Eu não tinha a menor ideia que poderia enveredar, mas como esportista sempre teve facidlade, poderia seguido o caminho do tênis ou no vôlei. Ele tinha facilidade para isso. O caminho daluta foi uma surpresa, pois naquela época não demonstrava que poderia vir a ser lutador mesmo com o físico.
do lutador na Gávea (Foto: Ricardo Ramos / Agência Estado)
Radicado nos Estados Unidos, Belfort costuma rever Zico quando vem ao Brasil. O "Galinho" afirma que o pai do lutador, José Marcos Belfort, costuma convidá-lo aos eventos do UFC. Zico compareceu à Arena da Barra em janeiro de 2012 para o UFC 142, edição em que Belfort finalizou Anthony Johnson no segundo round.
Apesar da felicidade por ver o sucesso do "pupilo", Zico não é fã de artes marciais mistas e prefere acompanhar jogos de futebol pela televisão.
- Eu acompanho o Vitor, mas não gosto de luta, não (risos). Não gosto de briga. Vi a única luta dele no Rio, mas não gosto de ver meus amigos nem batendo e nem apanhando. Naquela contra o Jon Jones, que ele pegou o braço e quase ganhou, saí da sala de nervoso. Quando a gente conhece a pessoa, é diferente, é complicado - afirma Zico, que não pretende ver o embate entre Vitor Belfort e Chris Weidman, dia 23, pelo UFC 187, frisando que estará na torcida pelo amigo.
Belfort sonha em fazer uma luta no Maracanã, palco que Zico brilhou pelos gramados na década de 80. O "Galinho" dá o aval e afirma que o estádio merece receber uma edição do UFC.
- O Maracanã é palco de tudo, acho legal, não vejo problema, desde que se possa fazer um grande espetáculo. Já teve vôlei, Frank Sinatra e Papai Noel... O Maracanã é de todos.